Em meio às dificuldades, Delegado de Polícia faz balanço positivo dos trabalhos realizados em Palmas
Há pouco mais de 04 meses à frente da Delegacia de Polícia de Palmas, Dr. Vyctor Hugo Guaita Grotti, em conversa com nossa equipe, explanou sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido, as mudanças as quais foram relevantes para a operacionalidade da Delegacia, assim como comentou também sobre as dificuldades enfrentadas.
Dr. Vyctor Hugo Guaita Grotti assumiu a delegacia de Palmas como Delegado titular, em meados de junho deste ano, devido a vacância do cargo por um longo período. O novo Delegado encontrou um acúmulo de inquéritos bastante considerável, conforme informado na época, em que aproximadamente mil inquéritos aguardavam o devido andamento.
Após 04 meses de trabalho, o Delegado destaca que algumas mudanças estruturais na equipe foram realizadas com o intuito de melhorar o andamento dos trabalhos. Dr. Vyctor fez questão de frisar que a equipe, apesar de não estar em número adequado, realiza um excelente trabalho tanto no atendimento interno, quanto nas investigações, as quais inclusive foram elogiadas, tendo em vista os últimos acontecimentos criminosos na cidade, como furtos, roubos, mas principalmente os homicídios, os quais foram todos elucidados e, na grande maioria, os autores já estão presos. Outro fato destacado foi o auxílio que vem sendo dado pela Polícia Militar.
Em relação as dificuldades encontradas, o Delegado disse que a principal é a falta de efetivo policial, a falta de material humano, pois a Delegacia está operando com déficit de pessoal, embora este seja um problema que atinge a polícia como um todo em todas as esferas.
Além das reestruturação no quadro de colaboradores, a Delegacia também passou por reforma na edificação e ainda encontra-se em processo de melhorias, como a edificação do muro que está em andamento.
Em relação a estrutura física, ao ser questionado sobre a lotação da carceragem, Dr. Vyctor explicou que este também é um problema, tendo em vista que esta não seria uma atribuição da Polícia Civil judiciária e investigativa, a qual tem como principal função apoiar o judiciário e investigar crimes, apurando-se causas e autores, mas que, embora esta não seja uma atribuição da Polícia Civil, mesmo não tendo efetivo para isso, conforme o Delegado, os profissionais não recebem nenhum subsídio para desempenhar esta função, contudo ainda vem sendo feita de maneira exemplar.
O chefe de polícia local informou que o efetivo ideal seria de no mínimo mais dois ou três investigadores e dois escrivães, o que ele espera que seja disponibilizado pelo estado, muito embora este seja um problema que atinge o estado do Paraná como um todo e também é uma dificuldade a nível nacional.
“Quando chegamos aqui, até em razão de não ter um Delegado, encontramos bastante inquéritos a concluir, também algumas questões administrativas e procedimentais pendentes. Nestes quatro meses deu para fazermos bastante ajustes, principalmente na questão dos inquéritos e investigação. As intimações estão sendo feitas com regularidade, não só de forma esporádica, como vinham sendo feitas. Passamos por uma reforma estrutural não só da estrutura física, que inclusive estamos construindo um muro, mas também na estrutura organizacional dos servidores. Com isso nosso serviço está sendo cada vez mais otimizado. A principal dificuldade encontrada aqui é em relação à falta de recurso humano, servidores. A nossa missão, que constitucionalmente nos é cabida, é a função de polícia judiciária, para apoiar as ações do judiciário, e investigativa, para apurar a autoria e materialidade dos crimes que ocorrem. Justamente na questão investigativa estamos com bastante dificuldade porque, quando ocorre um crime, é atribuição da policia civil investiga-lo e não estamos tendo condições de compor uma equipe mínima, que seria, além do delegado, mais dois ou três investigadores para averiguar a situação in loco de forma eficaz, como deveria ser. Isso não é uma realidade só de Palmas. É do Paraná e do Brasil também. A polícia civil sofre por não ter um apoio governamental maior, mas não é desse ou daquele governo é a nível geral isso, mas os motivos disso são variados. A própria criminologia explica o porquê da desvalorização da polícia civil. Esta é a principal dificuldade que eu encontro, até porque os servidores, mesmo com estas adversidades, eles trabalham de forma espetacular, tanto no atendimento ao público quanto nas investigações. O resultado do bom trabalho que esta equipe vem desempenhando reflete que todos os homicídios foi esclarecido a autoria e na grande maioria os autores foram presos. Quero aproveitar e deixar um agradecimento aos servidores desta Delegacia de Polícia e à Polícia Militar, a qual, apesar das adversidades que eles também se encontram, sempre estão apoiando para que possamos realizar a parte investigativa, apoio este que é bem significativo”.
Ao ser questionado em relação à carceragem, o Delegado pontuou como um problema característico de bastante relevância.
“A carceragem é um problema intrínseco aqui, e não deveria ser encarado dessa forma, porque não é uma atribuição da polícia civil fazer esta função de carceragem, inclusive nenhum policial ganha subsídio extra para fazer estas funções. Pelo principio da legalidade, não há nenhuma determinação constitucional para que façamos esta função. O simples fato de custodiar presos aqui já é um fato inconstitucional, mas apesar disso, temos sim aqui uma quantia considerável de presos. Isso dificulta ainda mais nosso trabalho, porque o tempo que disponibilizamos para fazer investigação temos que cuidar de presos, fazendo uma função que não é nossa”.
Dr. Vyctor pontuou como positivo a avaliação deste período a frente da delegacia de Palmas.
“O balanço nestes quatro meses é bem positivo, mesmo com as adversidades, esta equipe tem se superado e realizado um excelente trabalho”, finaliza.