Uma criança a quem contamos o tempo todo historias limitadoras do tipo ‘Ele é assim mesmo’ ou aquelas que dizemos como agir ou se sentir em determinadas situações começa a criar estratégias de sobrevivência baseadas na descrença em sua própria capacidade diante de problemas novos. ‘Ela não é magra’; ‘Ele é muito bagunceiro’; ‘Ela é chorona demais’ são frases definidoras. Quanto mais dessas frases a criança ouve, a mais conclusões negativas a seu próprio respeito ela chega, e leva pra sí isso.
A criança ouve esse tipo de coisa dos pais com mais frequência do que se imagina. No fim, acaba acreditando que deve ser assim mesmo. Quando um comportamento não se encaixa nesse rótulo, ela nem tenta compreendê-lo, porque já assumiu para si mesma a identidade de uma pessoa sem coordenação motora, tímida ou ruim em matemática, chato, briguenta, etc.
Precisamos ter bastante cuidado com o que falamos às nossas crianças, com a forma como as enxergamos e como passamos isso para elas. A linguagem que empregamos é extremamente poderosa. Quando adultas, grande parte daquilo que elas pensarem sobre si mesmas, virá dos rótulos que receberam na infância. Quando uma criança ouve repetidas vezes a mesma opinião sobre ela, começa a se associar a esses rótulos e a tirar conclusões sobre a sua identidade.
Se ela(e) ouve o tempo todo, “olha que gordinha(o), olha a barriga dele(a)”, essa criança entenderá que está fora da media dos padrões.
Pense nisso: o que você pensa com relação a quem é e o quanto disso veio das coisas que lhe disseram na infância? É isso que você vai querer pro seu pequeno?
Você pode mudar e ajudar a rescrever essa história. Não acelere o tempo do seu filho, ou desmereça por não saber tanto ou mais do que outras crianças.
Não tire conclusões precipitadas sobre seu filho, respeite-o como ele é. Ajude-o a lidar com as suas limitações e estimule as suas habilidades.