Respingos antidemocráticos

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Bolsonaro deixou marcas profundas na sociedade brasileira que continuarão mesmo se deixar o poder. Brasileiros radicais da direita encontraram nele um canal para representar ideias que sempre tiveram à margem do bem-estar de todos. Prevê-se que, com a derrota de Bolsonaro nas urnas, haverá tentativa antidemocrática de contestação dos resultados. Ele fala abertamente aos seus seguidores: “Vocês sabem o que têm que fazer!”.

É preocupante quando Bolsonaro, em reunião ministerial, do Palácio do Planalto, ameaça eleições, TSE e STF na presença de generais como Braga Neto e Paulo Sergio, quando se trata de campanha eleitoral durante o expediente e pedindo aos ministros militares participarem da campanha. A campanha insana contra as eletrônicas e o Supremo Tribunal Federal resultará num preço que a sociedade brasileira pagará seriamente. Menos brasileiros declaram preferir a democracia a outros povos também radicais pelo mundo.
Bolsonaro desmontou o país em todas as áreas, além de armar uma bomba fiscal que prejudicará o próximo governo devido às tantas renúncias fiscais que pratica com foco único em beneficiar sua reeleição. Por outro lado, enquanto a carestia alimentar assombrar a população estimulando movimentos sociais, as milícias digitais continuam criando clima de instabilidade para perpetuar o caos deliberadamente fabricado a um possível adiamento das eleições.

Percebe-se que a maior parte do Congresso dá aval a Bolsonaro, enquanto o STF está intimidado pelos arreganhos bolsonaristas e não reage. A partir de 31 de julho ocorrerão gastos excepcionais para comemorar o Bicentenário da Independência e Bolsonaro pegará carona para se beneficiar. A estratégia de baixar preço de combustíveis maquiará a inflação, cujo retorno dessa atitude (manipulação) será o aumento generalizado dos preços em 2023. Teme-se pela ruptura democrática.
Desde a aprovação da Constituição de 1988, nenhum presidente usou o cargo para atacar sistema eleitoral ou envolveu Forças Armadas em tramas institucionais. O que causa perplexidade é que lideranças políticas do Senado, da Câmara do Deputados e do Poder Judiciário estão em silêncio. Será que o impedimento do orçamento secreto e a não instalação da CPI do MEC não ocorreu por que estão todos apavorados? Parece que Lira tem mais poder do que Bolsonaro.

A dois meses e meio das eleições ainda se vê milhares de brasileiros apoiando quem está causando mal ao povo cuja maioria passa por fome, desemprego, inflação elevada, juro alto, entre outros. É estranho ver tanta gente agir irracionalmente e sem visão socioeconômica. Será que vivem num mundo paralelo?