Reflexões sobre Educação e Trabalho

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Existem reações sociais contra a ordem econômica estabelecida e têm servido de combustível para o aumento de movimentos populistas e de protestos pelas ruas em diversos países. Existem ferramentas econômicas para enfrentar as crescentes diferenças sociais. É necessário focar no desenvolvimento de ações em educação, saúde e políticas financeiras para criar recursos aos trabalhadores inativos se inserirem no mercado de trabalho, estimulando também políticas de transferências e de impostos para redistribuir a renda no mercado.

As mudanças tecnológicas sofreram consequências adversas para os empregos na faixa média da distribuição de qualificação profissional, afetando milhares de trabalhadores em todas as áreas. Estudo recente do Institute for Business Value aponta que, nos próximos três anos, mais de 7 milhões de brasileiros precisarão de requalificação profissional devido ao impacto do uso de Inteligência Artificial. Não há como negar o avanço da Inteligência Artificial ao redor do mundo. Estima-se que esse mercado cresça a um ritmo de 45% ao ano. A educação profissional não pode estar distante do setor produtivo.

Os trabalhadores que ficarem fora dessa realidade ressentirão um sistema político-econômico que não funciona mais e não se importa com os menos qualificados. A desigualdade manifesta-se na forma de uma sensação de perda de dignidade e status social por parte dos trabalhadores com menor nível de ensino e outros excluídos.

O nível de ensino no Brasil foi péssimo em 2019 e houve poucas ações do Ministério da Educação na implementação de medidas para alterar a triste realidade dos alunos que são lançados no mercado de trabalho, totalmente despreparados no conhecimento das ciências básicas. Além disso, percebe-se um decrescente nível de respeito ao próximo, às regras, às coisas normalmente aceitas. A radicalização de atitudes fascistas está nos levando a uma degradação de cultura, ciência, educação e, aparentemente, pelos menos na destruição do nível de inteligência holística que se havia chegado ao ápice da consciência coletiva num país tão diversificado como o Brasil.
Esse radicalismo quase religioso, averso às ciências e ao entendimento do bem comum como balizador da segurança social deixa a população refém de pessoas ignorantes, apequenadas, sociopatas ou psicopatas, que não têm o mínimo pudor em massacrar o trabalhador visando somente a redução de custos.

Aproveito a oportunidade para desejar Feliz Natal e Próspero 2020 e que a Paz de Cristo ilumine seus corações!

Edmundo Pozes da Silva
Pós-Doutor em Administração
Professor Associado
Presidente do Núcleo Docente Estruturante
Coordenador de Curso Pós-Graduação
Eixo de Gestão e Negócios
Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC