Propaganda enganosa vendida em 2018

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A inflação nos últimos 12 meses está em 10,74%, alimentada pelo dólar supervalorizado, efeito sobre custos dos combustíveis (gasolina subiu 50,7% em 12 meses; etanol, 69,4%; energia elétrica, 31,8%), dívida pública, custos do “Centrão”, farra de emendas, calote de precatórios e ataque ao teto dos gastos. A SELIC (taxa de juro) passou neste mês para 9,25%; espera-se, segundo o COPOM, na próxima reunião, que passará para 10,75% e, posteriormente, para 12% no fechamento do ciclo de altas, caso a inflação não suba ainda mais.
Vive-se um desastre econômico, social, de pobreza e de fome crescente, e as coisas não vão parar por aí. Infelizmente, vê-se na agenda de Bolsonaro que ele trabalha em média duas horas por dia e dedica-se à campanha pela reeleição, e “as coisas” vão acontecendo por falta de ações governamentais planejadas. O custo de desmonte de políticas fracassadas opta por ações “mágicas” e ataca inimigos fantasiosos: ele é vítima das suas próprias armadilhas medíocres.
O orçamento secreto é afronta ao uso responsável e criterioso de verbas estatais. Partidos aliados de Bolsonaro dispõem de privilégios de indicar, em sigilo, a destinação de recursos públicos com base apenas em seus próprios interesses e sem comprovar o cumprimento de requisitos socioeconômicos e técnicos exigidos pela Lei das Diretrizes Orçamentárias – LDO. Quando se crítica não é no sentido de combater o Estado, mas sim contra formas indevidas de apropriação de coisas do Estado.
O desmonte do sistema institucional enfraquece as obrigações do governo. Vê-se isso em sucessivos afastamentos de delegados da Polícia Federal, atividades ilegais na Amazônia (desmatamento) e, recentemente, garimpo ilegal de ouro no Rio Madeira, onde 300 balsas clandestinas recolhiam ouro e parte foi queimada pela PF, sob protestos de Bolsonaro.
Bolsonaro andou reclamando na semana passada da ANVISA e do STF sobre o passaporte da vacinação contra o Covid19, algo solicitado no mundo civilizado. O que ficou muito estranho é que, na última sexta-feira, houve um ataque de hacker e tirou do ar sites do Ministério da Saúde e do ConecteSUS, impedindo acesso às carteiras de vacinação, incluindo o certificado de vacinas. Eia coisa suspeita!
As expectativas para 2022 são ruins à economia que dificilmente serão revertidas. O Banco Central demonstra que sua política monetária freará o crescimento. A produção industrial está decrescente e se manterá estagnada – o Brasil é o 14º país na lista dos maiores produtores industriais. Em 2009, ocupava a 9ª posição. Desemprego continuará alto, assim como taxa de juros e dólar, cuja tendência são os empresários investirem muito pouco no setor produtivo.