O Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode se manifestar desde os primeiros meses de vida, embora o diagnóstico muitas vezes só ocorra anos mais tarde. Identificar os sintomas de autismo em bebês é fundamental para uma intervenção precoce, que pode fazer toda a diferença no desenvolvimento da criança.
Um dos sinais mais comuns em bebês é a falta de resposta social. Bebês com TEA podem não sorrir em resposta ao sorriso de outras pessoas, não manter contato visual ou parecer indiferentes às interações sociais. Outro indicador importante é a ausência de balbucios ou tentativas de imitar sons. Enquanto bebês típicos costumam começar a vocalizar por volta dos seis meses, bebês com TEA podem ser mais silenciosos ou apresentar atrasos no desenvolvimento da fala.
A sensibilidade sensorial é outro aspecto que pode ser observado precocemente. Bebês com TEA podem reagir de forma exagerada ou não reagir a estímulos sensoriais, como sons altos ou toques. Eles podem demonstrar desconforto extremo com determinadas texturas ou evitar o contato físico, como abraços e carinhos.
Comportamentos repetitivos, embora menos evidentes em bebês muito pequenos, podem incluir o foco excessivo em objetos ou movimentos repetitivos com as mãos, como balançar ou bater os braços. Além disso, a ausência de interesse em brincar de maneira interativa, como brincadeiras de “esconde-esconde” ou “cadê-achou”, também pode ser um sinal.
É importante lembrar que cada bebê se desenvolve em seu próprio ritmo, e nem sempre a presença de um ou mais desses sinais significa autismo. No entanto, se houver preocupações, é essencial buscar a orientação de um psicólogo ou neuropediatra para uma avaliação mais detalhada. A identificação precoce permite que intervenções sejam iniciadas o quanto antes, aumentando as chances de um desenvolvimento mais pleno e inclusivo.
Alessandra Procópio Moreira
Psicóloga CRP 08/41553