Precisa-se do MEC forte

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Olavo de Carvalho, astrólogo que mora nos EUA, considerado o Rasputin à moda brasileira, escolheu Ricardo Vélez Rodrigues como Ministro da Educação. Passados quase 100 dias de governo, o Ministério da Educação registrou 15 exonerações de funcionários de alto escalão. Parece que o MEC dirigido por Vélez está muito enfraquecido e dividido por militares, evangélicos, partidos políticos e seguidores de Olavo de Carvalho conhecidos como ‘olavetes’. O Cel Ricardo Roquetti, diretor de Programa da Secretaria Executiva, e Luiz Tozi, secretário executivo do Ministério, foram demitidos porque, supostamente, seriam “tucanos infiltrados”. Iolene Lima, secretária de Educação Básica do MEC, foi anunciada e demitida antes de assumir. Tânia Almeida, secretária de Educação Básica do MEC, demitiu-se por discordar das ações do Ministro. Marcus Vinícius Rodrigues, presidente do INEP, foi demitido pelo ministro por suposta portaria publicada sem autorização dele.

O problema é que Vélez não tem programa de governo e colocou em cargos importantes pessoas que não entendem de Educação e de Administração. A Deputada Tabata Amaral, do PDT, participando na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, reunião que durou mais de cinco horas, entre outras coisas, chamou Vélez de incompetente e pediu para ele solicitar demissão. O Deputado Ivan Valente, do PSOL, foi o primeiro a pedir a renúncia do ministro. Também foi duramente criticado pelos deputados Túlio Gadelha, do PDT, e Maria do Rosário do PT. O Tenente Brigadeiro Ricardo Machado Vieira, ex-chefe do Estado-Maior da Aeronáutica e piloto, foi indicado para o segundo cargo mais importante do ministério, apesar de não ser da área da Educação. Ricardo é amigo do Gal. Augusto Heleno, homem de influência e poder neste governo.

A gestão de Véles acumulou muitos problemas: em janeiro, houve problemas com livros didáticos que não mostravam adequadamente as bibliografias e havia intervenções de ideologia. Em fevereiro, mandou que as escolas filmassem alunos cantando o Hino Nacional e também que citassem o slogan de campanha de Bolsonaro: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Também reflete as 15 demissões que assustam pela desorganização assim como seis importantes recuos do MEC. É muita mudança justamente num ministério importantíssimo à nação. A autoridade de Vélez é constantemente afrontada e não tem mais poder para escolher seus subordinados.

O Ministério da Educação é importantíssimo ao crescimento e ao desenvolvimento do Brasil. Preocupa-se com o plano de governo de eliminar a previsão constitucional de investimentos mínimos na Educação. Pela Constituição, estados e municípios precisam investir 25% das receitas em Educação; a União 18%. Precisa-se de uma equipe preparada para gerir a Educação, profissionais sérios, comprometidos com a pátria e não com ideologias. Gera perplexidade como um colombiano, que não entende da Educação brasileira, foi escolhido ao cargo por um astrólogo brasileiro que mora na Virgínia, ministra cursos online e considerado pela imprensa como guru do presidente e seus filhos. Cadê o Estado forte em crescimento e desenvolvimento? Onde estão os planos, os projetos e as ações? O brasileiro precisa de Educação de qualidade e, com essa bagunça, anda em marcha ré.