Em cena de horror, o policial Derek Chauvin assassinou George Floyd, 46. O ato foi filmado por uma transeunte, que pedia ao policial tirar o joelho do pescoço de Floyd que, por 11 vezes, disse que não conseguia respirar. Chauvin, com atitudes psicopáticas, demonstrou prazer em assassinar: com as mãos no bolso, forçava o pescoço de George que implorava pela vida. Mais três policiais estavam segurando a vítima, um com o joelho nos pulmões dele, dificultando a respiração. Chauvin demonstrou total desumanidade quando George repetia “por favor, não consigo respirar”: estava algemado, desarmado e imobilizado por oito minutos e 46 segundos, assassinado em frente a uma câmera que registrava cenas de choque e terror, próprio da monstruosidade de mentes perversas.
Não interessa se George Floyd era negro: não é questão de raça, e sim da vida de um ser humano. Grande parcela dos norte-americanos vivencia racismo estrutural e acaba produzindo monstros como os policiais que assassinaram um homem ao lado do seu carro e nada fazia de errado. Estes cruéis fardados aproveitaram-se pela vítima estar em situação de inferioridade e o assassinaram ao demonstrar força, maldade e devaneios mentais. Muitas pessoas com tais transtornos, inclusive psicopatia, exercem funções nas forças públicas porque ali podem maltratar, humilhar e matar sem punição grave. Quando se abrem exceções, alimenta-se um perigoso precedente que poderá significar um caminho sem volta, com ameaça à sacralidade da vida humana.
George Floyd morreu como um cordeiro, sem reagir à terrível maldade de seus agressores. Preservar a vida é essencial. Existem limites que devem ser respeitados, com renúncia aos excessos da ganância. A psicanálise mostra que sequer se é dono da sua casa, pois age-se impulsionado por instintos e desejos que escapam do controle. A morte de George Floyd demonstra um sinal de alerta de perigo iminente: mudar radicalmente postura e comportamento ou ser vítima da própria maldade e ganância. Os protestos são decorrentes de negligências, repressões, insatisfação, mudanças e desigualdades que, repentinamente, assumem um grito de guerra, exigindo mudança de atitudes.
Um levante está em curso, e quem quiser ficar à frente será atropelado pela marcha da história. A era da inocência acabou! O promotor geral de Minnesota endureceu a acusação contra Derek Chauvin, ampliando de homicídio em terceiro grau para homicídio em segundo grau – assassinato não premeditado, com negligência e risco de matar e causar danos corporais à vítima. As passeatas anunciam o que ocorre em todos estados norte-americanos; é uma comovente invocação do amor ao próximo e da misericórdia, proclamando que, sem justiça, não há paz. Nas ruas, todas as raças reivindicam a dignidade humana às vítimas cotidianas da discriminação.
Não é possível tolerar que alguém se ajoelhe sobre o pescoço do outro e o leve à morte por prazer. É a hora de gritar: tire seu joelho do meu pescoço! É necessário fazer alguma coisa! Estão matando qualquer um. A desigualdade persiste. A pobreza não foi criada por pobres: o sistema econômico cria e sustenta a pobreza. A pobreza torna a injustiça da máquina econômica visível, e é notória porque é muito cruel. A maldade dos homens não pode vencer a humanidade. Justiça à memória de George Floyd, pois o seu fim representa uma nova era! O vento não derrota uma árvore de raízes fortes.