Acadêmico Douglas Martens
A hipertensão arterial, ou popularmente conhecida como: pressão alta, “é uma condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥140 e/ou 90 mmHg” (milímetro de mercúrio), (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2016, p. 1). É considerado um grave problema de saúde mundial, apresentando-se em muitos casos de forma assintomática, onde o paciente não percebe a doença, em outras se apresenta de forma crônica, prejudicando a qualidade de vida dos pacientes, desenvolvendo outros problemas e até mesmo causando a morte do indivíduo.
No Brasil “[…] a hipertensão arterial atinge 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos, mais de 60% dos idosos, contribuindo direta ou indiretamente para 50% das mortes por doenças cardiovasculares” (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2016, p. 1). Ou seja, a hipertensão arterial influência nas complicações de outras doenças e comorbidades, sendo o principal fator de risco das doenças cardiovasculares.
O desenvolvimento da hipertensão arterial, em alguns pacientes, se dá através de predisposições ligadas a herança genética, ou seja, é uma doença hereditária que sua família já possui. Em outros casos, o fator ambiente é o responsável pela influência, sendo meios alimentares, vícios de cigarros ou bebidas, obesidade, falta do envolvimento regular em atividades físicas. Ambos fatores que afetam diretamente no desenvolvimento e agravante da doença (OMS, 2020).
Expresso como co-assunto principal, “[…] o sedentarismo passa a ser um problema de saúde pública do século XXI, uma pandemia mundial que está associada às várias comorbidades, como hipertensão arterial, diabetes e obesidade” (AZIZ, 2014, p. 75). Fator o qual foi instaurado a partir de que a população destina um número elevado do seu tempo livre para o uso das tecnologias, ficando presa nas telas. Por exemplo, a substituição da tarefa de ir caminhando até a padaria, comprar pão, pelo pedido de delivery dos produtos, os quais são entregues na porta de sua casa, acabam limitando o deslocamento do indivíduo e mesmo que inconscientemente se restringindo de momentos básicos para desenvolver uma atividade física, como a simples caminhada até a escola. Portanto, o sedentarismo interfere diretamente na qualidade de vida e na predisposição de sua saúde (OMS, 2020; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021).
Contrapondo a este comportamento e, baseado no estudo da prática AZIZ (2014) afirma que atividades físicas regulares auxiliam o próprio organismo a conseguir trabalhar na prevenção da hipertensão arterial e outras comorbidades. “[…] uma meta-análise com estudo randomizado mostra que exercício físico aeróbico, atividade que ocorre na presença de oxigênio, reduz a pressão arterial sistólica em repouso em 3,0 mmHg e a pressão arterial em 2,4 mmHg” (AZIZ, 2014, p. 81), e para pacientes já diagnosticados com hipertensão arterial a redução foi de 6,9 mmHg na pressão sistólica e 4,9 mmHg na pressão diastólica (AZIZ, 2014, p. 81). Dados os quais tem um significado muito positivo referente à contribuição das atividades físicas regulares, principalmente para pessoas hipertensas. Além do controle da pressão arterial, ocorrem melhorias na qualidade de vida, prevenção à outras doenças e desenvolvimento social. Entretanto, a de se destacar que independentemente de ser ou não hipertenso a prescrição e acompanhamento da prática frequente de exercícios físicos é preciso estar supervisionado por um profissional da Ed. Física.
Por fim, destaca-se a importância do resgate de um padrão de vida saudável e ativo, onde são tomadas precauções na área nutricional, realizando acompanhamentos médicos e quando necessário, feito o uso adequado das medicações e recomendações deste profissional especialista da saúde.
REFERÊNCIAS:
AZIZ, J. L. Sedentarismo e hipertensão arterial. Rev. Bras. Hipertens, São Paulo, v. 21, n. 2, p. 75-82, 2014. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/881411/rbh-v21n2_75-82.pdf. Acesso em: 05 out. 2022.
BRASIL. Guia de atividade física para a população brasileira [recurso eletrônico]. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2021.
MVB MALACHIAS (org.). Capítulo 1 – Conceituação, Epidemiologia e Prevenção Primária. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 107, n. 3, p. 1-5, 2016. Sociedade Brasileira de Cardiologia. http://dx.doi.org/10.5935/abc.20160151. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf. Acesso em: 05 out. 2022.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Diretrizes da OMS para atividade física e comportamento sedentário: num piscar de olhos. Genebra, 2020.
Artigo desenvolvido no Componente Curricular: Fisiologia do Exercício do Curso de Ed. Física do Instituto Federal do Paraná – campus Palmas-PR
Docente responsável: Aluísio Menin Mendes