Já são mais de 11 mil pessoas que morreram vítimas do Covid-19, doença devastadora, por enquanto invencível, que destrói vidas impiedosamente. Não são apenas números, mas gente: pai, mãe, filho, filha, avô, avó, irmão, irmã, marido e esposa. São pessoas que deixaram seus lares e estão enterrados em cemitérios sultuosos ou em uma cova coletiva, numa cidade desenvolvida ou numa pequena no interior do Brasil. São história que se foram, sonhos, seres humanos que agora não existem mais e deixarão saudades.
Enquanto isso, outros, sem sentimentos, características de sociopatas, riem dos números achando que a quarentena não é necessária e que nada vai atingi-los. O Covid-19 não escolhe classe social ou gênero; atinge todos que encontra pela frente: os números são aterrorizadores. Assusta também as filas em frente à Caixa Econômica Federal, com a maioria de pessoas que não têm mais de onde tirar dinheiro, estão em situação de extrema pobreza, expostos ao desemprego, à fome, a doenças, à solidão e à ignorância.
A crise que o planeta atravessa com esse vírus perigoso e mortal, mais a miserabilidade de milhões de famílias, carência por amor ao próximo e sensibilidade ao sofrimento alheio, incompreensão sobre as diferenças, sofrimento extremo dos mais fracos, falta de leitos hospitalares, tudo isso ainda não sensibiliza milhões de pessoas que agem como se nada estivesse acontecendo e ignoram a pandemia.
Enquanto isso, o presidente passeia de jet ski no Lago Paranoá, enfrentando o Supremo Tribunal Federal, circulando sem máscara, demonstrando desprezo às orientações da Organização Mundial da Saúde – OMS. Jair Bolsonaro desrespeita os outros poderes, seus subordinados e o povo brasileiro. É inacreditável que exista tantas pessoas que apoiam posições tão radicais, extremistas, destruidoras, vingativas, de extremo desprezo ao próximo. Todavia, elas existem e estão por aí enfrentando a ordem constituída e as famílias brasileiras.
Esses monstros fraudam até as compras de respiradores, mentem e se posicionam somente ao lado daqueles que têm mais posses. Se esses são os patriotas do Brasil, e os que também se dizem evangélicos e pregam a violência e incitam o ódio. Para onde vamos? Os salários estão diminuindo. O emprego está sempre mais escasso, a economia está destruída no Brasil e no mundo. A fome impera, assim como a ignorância e a maldade.
Assim como as pessoas conscientes, vive-se a quarentena, agoniados com o isolamento, a falta de poder trabalhar e ajudar os necessitados. O que fazer se a maioria está cega rumando para um abismo e levar outros juntos? Para onde vamos, senão ao contrário da maioria que só enxerga seu próprio umbigo, sua arrogância e egoísmo?
Resta a esperança de que descubram vacinas à população mundial derrotando tal vírus destruidor para reconstruir a vida; agora, com visão diferente àquela que se tinha antes, sobre higiene, prevenção e conscientização. É crer que Deus estenda sobre nós seu manto sagrado, e o sangue de Cristo proteja a todos dessa doença.