Outra semana conturbada

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Bolsonaro esteve em visita oficial aos Estados Unidos e entregou muitas coisas em troca de nada. A imprensa norte-americana publicou que as atitudes do presidente brasileiro foi um espetáculo de subserviência. Aproveitando a visita, se encontrou com Olavo de Carvalho, seu guru, que propaga que, quem não for apaixonado pelo bolsonarismo é comunista. Essa é a obsessão que une Carvalho e Bolsonaro, em libertar o Brasil dessa ideologia nefasta. Na verdade, Bolsonaro foi eleito sem um plano de governo e seu único propósito é expurgar o país dos “comunistas”. A caça aos “traidores do país” não sobrevive quando os caçadores não são capazes de oferecer algo mais do que ofensas.

No Brasil, deputados reagiram negativamente à proposta entregue por Bolsonaro ao Congresso que atrelou a discussão da previdência dos militares à reestruturação das carreiras das Forças Armadas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, desqualificou o projeto anticrime de Moro dizendo que o texto é um ‘cópia e cola’ de proposta sobre o mesmo tema que foi apresentado no passado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Irritado, Maia chama Moro de “funcionário de Bolsonaro” e diz que “ele está confundindo as bolas”. Maia disse que Bolsonaro precisa assumir a liderança, que o governo hoje não tem base, que precisa sair do Twitter e ir para a vida real. Finalizou dizendo que o governo é um deserto de ideias. Alguém esqueceu como Moro perdoou os casos de corrupção de Onyx Lorenzoni, aquele que diz já se acertado com Deus?

Depois dessa briga entre Maia e Moro, seu sogro, Moreira Franco, junto com Michel Temer e o Coronel Lima foram presos numa ação cinematográfica. A imprensa divulgou matérias dizendo que a prisão de Temer é um presente político para Bolsonaro. Falam também que o ex-presidente é um troféu aos investigadores da Lava Jato. A mídia discute a decisão de Bretas que parece repetir as prisões preventivas para antecipar penas e eventualmente forçar colaborações premiadas. Carlos Bolsonaro publicou no Instagram: “por que o presidente da Câmara está tão nervoso?”.

A falta de clima político à votação da reforma da previdência na Câmara fica a cada dia mais acentuada. Além dos problemas de articulação, o governo enfrentará dificuldades por causa da prisão de Temer. Teme-se que a medida seja interpretada como um ataque ao presidente da Câmara que teve seu sogro preso. Independentes de ideologias, autoridades podem ser afrontadas de forma justa, pois é um direito natural, compensa confiscos de liberdade cuja vida em sociedade impõe ao cidadão.

Para não esquecer, trecho do inquérito da Polícia Federal sobre a morte de Marielle Franco cita o ex-deputado estadual Domingos Brasão entre os suspeitos de ser um dos possíveis mandantes do crime, ex-parlamentar e conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Para lembrar: como estão os casos do Queiroz, das milícias e do laranjal do PSL?