Em conversa com o Presidente da OAB de Palmas, o advogado Eduardo Estanislau Tobera Filho, o mesmo ressaltou a sua Nota Pública de Repúdio contra a decisão surpresa a respeito do possível e suposto envio de presos com suspeita de Corona Vírus para a Cadeia Pública de Palmas.
Destacou, ainda, que como Palmas é a cidade mais fria do Paraná, onde em breve vamos enfrentar um inverno frio e seco, todos ficam mais suscetíveis, portanto, ao agravamento do quadro e da possível transmissão comunitária, conforme vários estudos de especialistas, oportunidade, em que os próprios novos restarão mais suscetíveis a doença e a um possível quadro clínico não desejável pelas autoridades públicas.
O Presidente frisou também, que o número de leitos de UTI é insuficiente para atender o Município, sendo se chegar a receber 79 detentos com suspeita de COVID só agravaria a situação de toda a população que necessita de cuidados médicos em qualquer situação. A preocupação por aqui se intensificaria a partir deste mês abril, na temporada de gripes e resfriados, sendo que a maior parte dos pacientes não seria diagnosticada com a agilidade necessária, tornando impossível conter o espraiamento da doença. Nosso sistemas de saúde que já é sobrecarregado, lotaria ainda mais, sem capacidade de fazer todos os testes, muito menos de atender a todos os pacientes atingidos. Se chegarmos ao limite de vagas em nossa cadeia, e ainda, todos sendo possíveis portadores da doença, haverá muitos mais enfermos do que leitos, e pasme, todos seriam participantes do sistema carcerário, e a população inteira de Palmas restaria desatendida pelo sistema de saúde seja público ou particular, enquanto o Município de Francisco Beltrão possui 3 hospitais e maior estrutura médica para todo este atendimento.
Ora, o Município de Francisco Beltrão, com a implantação do Hospital Regional do Sudoeste, sob a administração do Estado do Paraná, atende aos 42 municípios da região, além da sua ampla rede de estrutura médica e prisional, é sem sombra de dúvidas o local mais apropriado e adequado para receber essa situação de presos suspeitos da doença, confirmou o Presidente.
Por fim, destacou que referida decisão foi precipitada e sem qualquer conhecimento e notificação para as autoridades públicas de Palmas, a fim de verificarem a viabilidade estrutural, funcional e médica, de saúde e de segurança para o recebimento dos presos. Finalizou, explicando que uma decisão séria e impactante so poderia ser tomada com amplos estudos e manifestações dos Município, a fim de se prepararem para qualquer futura emergência.
Fonte : OAB
