O que assusta mais: avanço do Covid-19 ou reunião ministerial?

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É assustador o crescimento do Covid-19 no Brasil. Veja o comparativo de mortes de 25 de abril a 24 de maio, período de 30 dias:

O crescimento mundial foi 43%: 47%, EUA; 21%, Itália; 21%, Espanha; 24%, França e 557% no Brasil. São muito preocupantes os resultados. Para piorar a situação, circulou o vídeo da reunião ministerial, cuja pauta principal era a discussão do contágio do vírus no Brasil. Em momento de pandemia, o caráter trágico refletiu o “E daí?” do presidente e seus aliados: palavrões, ofensas e ataques a parlamentares, prefeitos, governadores, ministros do Supremo, demonstrando desprezo pelo país, agressões a institucionalidades da Presidência da República e democracia. Além disso, nada foi discutido sobre o Covid-19, apesar de ser o principal item da pauta.

Jair Messias Bolsonaro faz basicamente a defesa da insurreição armada no país contra governadores e prefeitos que impõem a quarentena devido a Covid-19, uma obsessão! “Quero que todo mundo se arme contra a ditadura”. Ele indica ver fragilidade nas instituições ao declarar que considera fácil, facilíssimo, dar um golpe e acabar com o atual sistema democrático. “Quero todo mundo armado!” “Povo armado jamais será escravizado!” Ao criticar o isolamento social, Bolsonaro chamou o governador de São Paulo, João Dória, de “bosta”; e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, de “estrume”.

Paulo Guedes defendeu a privatização do Banco do Brasil, textualmente: “Tem que vender essa porra logo!”. Damares Alves disse que a pandemia passará, mas governadores e prefeitos responderão a processos, e que pedirão, inclusive, a prisão de governadores e prefeitos. Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, reclama da “frescura de home office”, medida para proteger saúde de trabalhadores.

Abraham Weintraub, da Educação, se sobressaiu com sua vontade de botar “esses vagabundos na cadeia, começando pelo STF”, e disse não se contaminar pela política, queixou-se do cancro de Brasília e de ter que conversar com quem a gente tinha de lutar. O Ministro do STF, Celso de Mello, declarou a prática criminosa e ofensiva por Weintraub ao patrimônio moral dos integrantes do STF, e cometeu delito contra a honra.

Esbarra-se também na improbidade administrativa de Ricardo Salles, do Meio Ambiente, ao sugerir que é preciso “aproveitar a Covid-19” para passar a boiada de regras em sua área do Meio Ambiente. Segundo Salles, a cobertura da imprensa focada em Covid-19 daria alívio à adoção de reformas infralegais de regulamentação e simplificação. Em suma: trabalhar na surdina para destruir regulamentações ambientais. Trata-se de desumanidade ao meio ambiente do Brasil.

Gal. Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, achou por bem ameaçar instituições a partir de ofício protocolar, dizendo que o pedido de entrega do celular de Bolsonaro à investigação da Polícia Federal poderá ter consequências imprevisíveis à estabilidade nacional. Para refletir: não há ministro da Saúde médico, nem vacina ou qualquer remédio para combater a pandemia. A continuidade desse governo ameaça a sociedade livre, pois tal insanidade coletiva, misturada ao ativismo fanatizado da extrema direita ressentida, frustrada, com raiva e sem compreensão do valor da democracia, inviabilizará o Brasil por longo período. O Brasil precisa se reorganizar e combater o Covid-19!