O governo elevou agressivamente o custo do dinheiro que era 2% em 2020 e passou para 13,25% em 2022. Alegaram que precisavam aumentar a taxa SELIC para ‘segurar’ a inflação (IPCA). Enquanto a SELIC era 2% a inflação era 5% (nos últimos 12 meses); agora, 13,25% de SELIC; a inflação, 11,73% nos últimos 12 meses. Enquanto a inflação aumentou 135%, a taxa de juros 562%. Comprova-se que, aumentando mais de 5,6 vezes a taxa de juro, não impediu o crescimento da inflação em 1,3 vezes.
A queda aguda da B3 e outras Bolsas de Valores do mundo, o aumento do juro (SELIC) e da taxa da inflação (IPCA) aponta para grande desaceleração da economia que se esperava justamente o contrário: estabilizar o Real, evitar a recessão, e acreditar que haveria investimentos brasileiro e internacional para alavancar a economia. Mentiram ou não sabiam?
A ideia de aumentar o juro é de Paulo Guedes, por ora, ministro da economia, que, no início deste governo, baixou a SELIC de 6,5% para 2%. Esse ‘papo econômico’ é advindo da Teoria Monetarista da Escola de Chicago, onde Guedes diz ter cursado doutorado há 40 anos. O monetarismo é a teoria que já se mostrou inviável em economias centrais e periféricas. Guedes tem preceitos antigos, não se atualizou e se diz suprassumo da economia.
No meu mundo de trabalho, todos são doutores ou pós-doutores, e não se permite arrogantes: discorda-se da teoria monetarista, pois é ultrapassada. Guedes se especializou em investimentos privados e nunca esteve voltado a políticas públicas; chamá-lo de ‘Posto Ipiranga’ demonstra desconhecimento econômico, inocência ou ignorância de quem o escolheu para dirigir um ministério vital à economia brasileira.
Enquanto isso, o que ocorre com a economia brasileira? Em meio ao desemprego e inflação, o endividamento atinge 77,4% das famílias. Além de mais dívidas, perda de renda e alto desemprego sem perspectivas de recuo da inflação, a inadimplência deve continuar elevada e haverá grande queda no crescimento e no desenvolvimento econômico.
O Brasil empobreceu! 33 milhões de brasileiros passam fome, enquanto 30 milhões descem à base da pirâmide da Classe C às Classes D e E. O Brasil está sendo governado por medíocres. Falhas em políticas públicas acentuam processo de perdas econômicas e sociais, deixando retrocesso comparando há três décadas. PIB recua ao nível de 2013; inflação alcança patamar de 2003; no mapa da fome, vive-se o mesmo índice de 1992; produção industrial remonta a 2009; evasão escolar a 2006; e desmatamento supera 2008.
Recuo em tempos bolsonaristas em educação, meio ambiente, fome, pobreza, desemprego, desmatamento, evasão escolar, produção de bens de consumo duráveis mostram que o país desabou. Em São Paulo, capital, há 42 mil moradores de rua: é esse o Brasil que se apoia? Que cidadão aceita retrocesso de 30 anos: um ignorante, ingênuo, despreparado ou apenas maldoso?