O Brasil está sem dinheiro, os ministros estão apavorados e estamos aqui tentando sobreviver (fala do presidente). Faltam recursos porque a produção está em quedas contínuas e acentuadas em serviços e comércio. Desemprego assustador, arrecadações de impostos e outras contribuições não alcançam o patamar mínimo necessário. O ministro da economia pede paciência e diz ao povo esperar por dois ou três anos. Ouviu-se que no primeiro ano deste governo o crescimento econômico seria de 3% e, no final de agosto, a nova previsão é 0,8%.
A economia mundial passa pela turbulência iniciada pelo desarranjo dos derivativos financeiros norte-americanos da crise de 2008, e o acirramento de conflitos comerciais entre EUA e China aumentam os riscos de nova recessão. Voltando ao Brasil, há risco de paralisia em programas federais devido à crise financeira, inclusive, na elevação do dólar, e a retração da bolsa de valores. Altos funcionários do Ministério da Economia acreditam que quase todos os órgãos governamentais devam suspender serviços sob a alegação de que acabou o dinheiro, fato chamado de “shutdown”.
Se o Brasil está sem dinheiro, cujo presidente afirma semanalmente que não entende nada de economia, acredita-se que o país está sem governo. Nos últimos quatros anos, aumentaram as tragédias brasileiras de desigualdade social e econômica e constatou-se, em uma pesquisa da FGV, pelo 17º trimestre consecutivo, crescente desigualdade de renda no Brasil. Segundo a pesquisa, os efeitos de recessão econômica foram piores que o mero empobrecimento do país, porque os pobres empobreceram bem mais que a classe média, e os ricos enriqueceram ainda mais.
Apenas programas de retomada econômica não serão bem-sucedidos para sanar necessidades da população cada vez mais pobre e desigual. Os cidadãos comuns, lamentam quando o governo liberou R$ 3bi com a solidariedade na compra de votos aos deputados aprovarem a reforma da Previdência. Não há mais dinheiro aos hospitais, universidades, pesquisas científicas, e aos militares.
Atravessa-se um desastre social e econômico de proporções ainda desconhecidas, portanto, está na hora de entender um pouco de economia porque o Guedes quer torrar os U$ 386 bi da reserva cambial brasileira. Também piorou taxa média de juro, expectativa do PIB para 2019, repasses ao Minha Casa Minha Vida, saúde, subutilização da força de trabalho, repasses à educação universitária pública, endividamento familiar, dívida pública, consumidores inadimplentes, saldo da balança comercial e PIB agropecuário.
Em países sérios, educação, ciência e saúde são prioridades do Estado. Entende-se que a universidade é um espaço de pluralidade, teorias e métodos que servem de pilar na produção de conhecimentos e no raciocínio lógico. Teme-se que o fundo do poço possa tornar-se uma fossa sanitária.