NASCEU A SICOOB VALCREDI SUL

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Em 22 de março de 1997, em Passos Maia, foi fundada a Cooperativa de Crédito Rural Vale do Chapecozinho Ltda, hoje Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Vale do Chapecozinho – Sicoob Valcredi Sul.

Abriu sua primeira porta, numa sala de 3,5 por 4 metros, em 04 de outubro de 1997 e teve seu primeiro dia de trabalho em 06 de outubro do mesmo ano. Tinha, apenas, um funcionário cedido pela prefeitura municipal de Passos Maia, uma mesinha e uma máquina de somar emprestadas, e no segundo ano um microcomputador (esse era o nome) comprado com recursos da Ordem dos Bispos do Brasil e, muita vontade de fazer o negócio prosperar e adquirir credibilidade.

Em 31 de dezembro de 1997 teve um prejuízo de R$ 3.701,51, embora já tivesse em Capital Social R$ 9.127,50, oriundo do pagamento de Cotas Partes de 163 associados (para se associar o interessado pagava o equivalente a 20 sacas de milho de 60 quilos).

A caminhada pelas veredas do progresso nunca parou e, em momento algum, a Valcredi teve prejuízos. Aos poucos foi crescendo e ao completar seus 20 anos apresenta um Patrimônio Líquido de R$ 54.665.790,78 e Ativos Líquidos, no valor de R$ 347.894.988,47. Nossos sócios fundadores são trinta, vinte e oito deles agricultores familiares. Representavam as comunidades de Passos Maia, Vargeão e Ponte Serrada.

Muitos de nossos primeiros associados já morreram, mas deixaram um legado de honestidade, transparência, solidariedade e fidelidade incomuns nas instituições coletivas das quais participaram.

Os Conselhos de Administração e Fiscal, sempre foram muito bem escolhidos pelas Assembleias Gerais, selecionando nomes sem interesses pessoais, com capacidade de discernimento entre o seu dinheiro e o do coletivo; geograficamente bem distribuídos, sempre souberam, parcimoniosamente, de sua hora de chegada e de sua hora de saída, tendo assim, ideias renovadas e de diversas origens.

Nossas relações com o Banco central do Brasil, com a Cooperativa Sicoob Confederação, com o Banco Cooperativo do Brasil e suas subsidiárias, com a Cooperativa Central SC/RS e com os poderes públicos constituídos, o melhor nível de diálogo e discussões, direcionadas para o cumprimento das normas, dos regulamentos e das leis.

Nossa área de ação foi se expandindo: do original, para Catanduvas, para Vargem Bonita, para o Irani, para Palmas no Paraná e para o Rio Grande do Sul. Nosso trabalho tem dado ao Banco Central e demais órgãos superiores envolvidos, credibilidade para nos permitir a ocupação de espaços geográficos que jamais em nossa reunião de criação e fundação foram imaginados.

Uma a uma foram constituídas e construídas as Agências de Passos Maia, de Vargeão, de Ponte Serrada, de Catanduvas, de Vargem Bonita, de Irani Centro e Irani Alto Irani, em Santa Catarina, de Palmas centro e Palmas Lagoão no Paraná e de Santa Cruz do Sul , de Venâncio Aires, de Rio Pardinho e de Esteio, no Rio Grande do Sul. São doze portas que se abrem todos os dias, para atender de forma personalizada e bem, os 30.700 associados de todas as categorias econômicas, financeiras, sociais e educacionais, sem distinção religiosa, racial ou política.

De Cooperativa de Crédito Rural, pequena, insignificante, passamos a Cooperativa de Livre Admissão de Associados com abrangência nos três estados do sul do Brasil. A Valcredi passou a ser Valcredi Sul. De cooperativa solteira passou a integrar-se ao Sistema Sicoob de Cooperativas do Brasil que lhe proporcionou ter um dos sistemas de computação mais simplificado e eficiente, moderno e produtivo do Brasil, o SISBR. A Valcredi Sul, hoje, tem o respeito das demais instituições financeiras que atuam na região. Há poucos dias um gerente de Banco Oficial, referindo-se a Valcredi Sul, assim se pronunciou: “ As cooperativas de crédito quando veem entrar na porta um velhinho, vão encontra-lo porque enxergam nele uma oportunidade, enquanto nós fomos formados para vê-lo apenas como mais um, não lhe estendemos a mão, não o recebemos, o esperamos sentados atrás de nossas mesas.”

Nossos colaboradores são educados e treinados para bem atender as pessoas associadas porque sabemos que estamos atendendo um dono, que ao sentar-se em nossa frente tem a humildade de se colocar como cliente. A legislação do trabalho e principalmente os sindicatos não conseguem sentir e ver isso e, por razões econômicas óbvias, procuram transformar as cooperativas em sociedades comuns, como Sociedades Anônimas ou limitadas, onde o objetivo maior é o capital, esquecendo-se que nós somos uma sociedade de pessoas, voltada a todos os ganhos, quer materiais ou financeiros, quer espirituais ou morais, quer educacionais ou de diferentes religiosidades, promovendo o bem estar e a cada dia mais proporcionar a nossos associados, amigos e simpatizantes do cooperativismo, as melhores condições de vida possíveis.

Passos Maia, 06 de março de 2020.

Fonte: Antonio Abilio Mantovani