Existe na economia uma sucessão de ciclos político-econômicos de expansão e crise, ocasionada por mudanças em condições econômicas externas. Atualmente, vive-se um momento de reversão após longo período de bonança. Na normalidade, a economia cresce e gera empregos, mas no Brasil, vítima de uma política errônea, mantém grande parte dos trabalhadores na informalidade do mercado de trabalho. Há 39 milhões de pessoas nessa situação e, segundo pesquisa de FGV, estão derrubando a produtividade brasileira porque foi constatado que os trabalhadores conseguem produzir menos com mais horas trabalhadas. Sabe-se que, em parte porque sua renda é pequena e, por isso, aceita-se qualquer tipo de trabalho para contribuir na renda familiar. Nesta situação, o empregado se sente explorado e produz pouco. E, por que se vive nesta situação?
Em outubro, começou a dissolução do Congresso peruano; dias depois, o presidente do Equador declarou estado de exceção. Em seguida, foi o Chile que vive em estado de guerra após semanas de violentos protestos que já deixaram 25 mortos e mais de 200 com lesões nos olhos. Em seguida, a queda de Morales, na Bolívia, deixando o país num caos. A Argentina recusa reeleição de Macri e, na Colômbia, o presidente vem perdendo a popularidade de maneira assustadora. No Uruguai, é provável que a frente ampla perca as eleições. No Brasil, vê-se um exagero da política neoliberal que logo propiciará condições para gerar conflitos parecidos como aos dos países vizinhos.
Desde o início dos anos 1990, as economias sul americanas tiveram uma aceleração de crescimento com redução de pobreza e desigualdade econômica e social. A partir de 2012, o preço da commodities começou a cair no mercado mundial e, o povo brasileiro, como eternos exportadores de produtos primários, sente o baque econômico, agravado pelo crescimento das taxas de juro internacionais que acabaram impactando no bem-estar da população sul americana.
Para piorar, há uma agressividade nas ruas da Bolívia e relatos de que foi constatado pelo menos 23 mortos e 715 pessoas feridas, contabilizados desde o início da crise política no país (dados da OEA). A Presidenta Interina Jeanine Áñez exortou Juan Guaidó a libertar a Venezuela; então, espera-se que ocorram mais mortes e feridos naquele país que também está em convulsão. Argentina, Chile, Equador, Peru, Bolívia, Venezuela, e qual será o próximo? É clara a inclusão da América Latina no curso à violência global urbana. Na França, os ‘coletes amarelos’; na Espanha, os separatistas; e em Hong Kong os combates nas ruas.
O que está em crise é tudo o que foi construído politicamente nos últimos anos e, mesmo com liberdade, as pessoas não estão contentes com governos, classe política e empresas que exploram trabalhadores. Há uma tendência aos trabalhadores reagirem e uma revolta social se aproximando! Falta acesso à educação de qualidade, a empregos com rendimentos dignos, à saúde, à segurança, ao respeito ao cidadão, ao homem, à mulher, às raças negra e indígena, aos homossexuais, ao meio ambiente, enfim, respeito aos brasileiros. Não é possível que se aceitem pessoas explorando outras, tirando seus direitos trabalhistas, e previdenciários, trabalho, e honradez.
Os governos são temporários e todos passam, mas ficarão a pobreza, a desigualdade, a insatisfação, o ódio e o medo. Este é um momento de fragilidade. Para ser nacionalista como se deveria ser, não é preciso construir muros e dividir o país, e sim trabalhar em conjunto contra tiranos que vendem a riqueza do Brasil e a entregam ao capital estrangeiro. Cabe aos brasileiros optar por fracasso ou sucesso do Brasil. É um momento de questionamento sobre as motivações do porquê o povo está se dividindo. Não se pode desistir da democracia, pois é o sistema muito eficiente para corrigir os rumos quando os governantes erram. É preciso respeitar à Constituição Brasileira de 1988!