Por Dra. Suellen Criminacio – Médica especialista em Nutrologia | CRM 26108 | Palmas-PR
Como médica especialista em Nutrologia, vejo com frequência mulheres que enfrentam anos de frustração por não conseguirem emagrecer, apesar de dietas restritivas e exercícios intensos. Muitas dessas mulheres, na verdade, não têm apenas obesidade — elas têm lipedema, uma doença crônica e progressiva que causa acúmulo anormal de gordura, especialmente nos braços, quadris e pernas, de forma simétrica e dolorosa.
O lipedema é frequentemente confundido com obesidade comum, mas existem diferenças importantes. A gordura do lipedema é resistente à perda de peso, mesmo com mudanças alimentares e atividade física. Além disso, provoca dor, sensação de peso, hematomas fáceis e, em estágios mais avançados, limitações funcionais. Essa gordura não se acumula por maus hábitos, e sim por uma disfunção no tecido adiposo, geralmente associada a fatores hormonais e genéticos.
Muitas pacientes relatam serem desacreditadas, chamadas de “preguiçosas” ou “indisciplinadas” ao longo da vida. Esse julgamento não só atrasa o diagnóstico correto, como compromete a saúde física e emocional dessas mulheres.
Reconhecer o lipedema é um passo fundamental para oferecer o tratamento adequado, que envolve alimentação anti-inflamatória, cuidados circulatórios e, em alguns casos, cirurgia. Mais do que isso, é um passo para devolver dignidade e bem-estar a quem convive com essa condição.