O personagem Johnny Bravo, fruto de desenho animado dos anos 1990, também chamado de “pitboy”, vive com a mãe, está tentando sempre arranjar uma namorada e faz pose de “macho” e mostra uma imensa burrice. É um tipo bronco, patético, que sempre trata mal as mulheres e é sempre rejeitado.
Num capítulo recente da sua história em quadrinhos, disse: “Ganhei. A imprensa tem que entender que eu, Johnny Bravo, ganhou porra!” O “personagem” publicou em seu perfil de redes sociais a imagem do Johnny Bravo do desenho.
Johnny editou medida provisória desobrigando empresas de capital aberto de publicar seus balanços em jornais impressos e ratificou que o objetivo era comprometer a sustentabilidade do Jornal Valor que, na sua opinião, não vende o que ele próprio entende por verdade, mas faz política partidária. Disse: “Retribuí parte daquilo que grande parte da mídia me atacou.” Esqueceu que o jornal pertence ao grupo Globo, sempre a favor de qualquer governo.
Outro fato assustador foi declarar que Carlos Alberto Brilhante Ustra é um herói nacional: torturou, humilhou e matou pessoas. Como se pode exaltar pessoas que sentem prazer em agredir alguém? Isto é inaceitável. Quem defende a tortura não pertence e não tem amor à espécie humana.
Fica perigoso quando um personagem de história em quadrinhos se posta como defensor da ditadura, faz apologia a torturas, é contra o meio ambiente, adversários dos índios e contrário à imprensa, não se importando com a morte do pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, incinerado numa usina de açúcar fluminense, e ataca o Inpe sobre a área devastada na Amazônia.
Logo, perceberá que a reforma da Previdência não basta para colocar o país num rumo de crescimento, assim como foi a reforma trabalhista. Nesses sete meses de leitura da história em quadrinhos do pitboy, só percebi retrocesso de duas décadas de administração pública, revelando incapacidade de compreender regras de funcionamento de toda organização do Brasil. Mesmo que atue como não existisse organização do Estado, não há como ignorar a Constituição de 1988!
A Pátria não é a extensão de uma família: é a representação impessoal da nação. O patriotismo é a capacidade de unir uma nação. Os valores patrióticos são bons quando unem pessoas em torno de aspectos que congregam a coletividade. Dividir constantemente o país não é exercer o patriotismo. O Brasil não deve deixar de ser um grande sonho coletivo para se tornar somente um lugar destinado aos escolhidos pelo rei ou pela família real!