João Pimenta

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Tudo quieto
Passadas praticamente três semanas do primeiro turno, o cenário político está quieto e não é só em Palmas. Há um silêncio ensurdecedor. Há quem diga que a composição do primeiro escalão nos municípios esteja a todo o vapor. Entretanto tem gente apostando no foco eleitoral ainda existente, tanto nas eleições de segundo turno quanto até mesmo eleições americanas como motivo para esta calmaria. Nos bastidores, estaria tão calmo assim?

TODOS os candidatos sumiram?
Tenho afirmado publicamente que todos os candidatos sumiram em Palmas e só voltarão daqui quatro anos, ou dois, para divulgar seus pretensos candidatos a deputado. Acontece que não é bem isso, uma generalização. Reconheço com honra ao mérito os candidatos e candidatas que executam um brilhante trabalho ao social em Palmas, aqueles e aquelas que independente de dias ensolarados ou abaixo do mau tempo estão a estender sua mão até mesmo contra as evidências de suas próprias vidas. A metáfora é igual ao professor, que, rotulado por ter a turma mais bagunceira da escola, de repente sussurre, “o Joãozinho e a Mariazinha não são bagunceiros”. Não importa, a turma irá continuar sendo vista como bagunceira.

E por falar em divulgar seus pretensos candidatos a deputado… por que Palmas nunca consegue eleger alguém?
De fato, as eleições de 2026 ainda estão longe, há dois anos, mas discutir os fatores pelos quais Palmas não consegue eleger um deputado é pertinente neste momento. Afinal, ao concorrer a deputado estadual em 2022, percebi que outras três candidaturas tenham surgido após o meu anúncio, sem ao menos buscar uma composição. Isso também se refletiu no grande número de candidatos a vereadores e partidos. Cada um pensando em si próprio e não na cidade, claro, conforme o dito, com raras exceções. Aposto que se eu anunciar agora minha futura candidatura a deputado estadual, haverá outros anúncios iguais, sendo que poderíamos nos unir. Ainda dá tempo.

Justiça pelo Maycon Douglas
Não é preciso lembrar a forma trágica que o adolescente Maycon Douglas perdeu a vida. O código de ética do jornalismo requer cautela quanto a pautas que envolvam esse tipo de fato. Mas o caso em questão transcende ao código de ética. Cai na esfera da dúvida, à medida em que grande parte da sociedade está gritando por justiça. Alguém pode perguntar, “mas que tipo de justiça eles querem, se o caso está explicado?” Na opinião de quem pede por justiça, não está explicado. O que se sabe é que um adolescente perdeu a vida. Para que se conheça a verdade, é preciso ir além de um inquérito policial. Talvez até seja necessário uma atitude “de ofício” pelo Ministério Público, diligenciando a uma investigação específica. Ora, se o estatuto da Criança e Adolescente preconiza que toda a sociedade seja responsável pelo bem-estar do Menor e se há um fato tão complexo quanto este que tristemente vivenciamos, é claramente imprescindível analisar todas as categorias socias que passaram por essa responsabilidade, a fim de entender não somente a atitude deste Menor, bem como as medidas tomadas, ou não, por cada um dos entes sociais envolvidos nos fatos. Desta forma, temos no mínimo dois grupos sociais passíveis de análise. A Família, cujos elementos estão claros para todos; e a Escola. Aqui que quero me ater, pois minha formação enquanto pedagogo me habilita a falar com capacidade técnica. A organização escolar possui prerrogativas específicas. A Administração Escolar, formada pela equipe diretiva, cuida especificamente da gestão. A Supervisão Escolar coordena a didática, o método e sua aplicação pelos professores. A Orientação Educacional cuida do acolhimento, escuta e encaminhamento dos estudantes, em busca da plena aprendizagem e sucesso educacional. Este é um resumo raso das prerrogativas, mas dito isso, não se busca delegar culpa a alguém, mas sim trazer à baila a necessidade da análise das prerrogativas e atitudes de todos os entes sociais envolvidos nos fatos que instruem o inquérito do caso Maycon Douglas, seja na Escola ou qualquer outro, por uma simples questão de Justiça.

Atenção: esta coluna é escrita e editada pelo jornalista Rodrigo Kohl Ribeiro MTB: 18.933, de sua inteira e irrestrita responsabilidade. Qualquer sugestão ou crítica, pode ser enviada para o e-mail joaopimentadepalmas@gmail.com ou pelo WhatsApp 46 98820-4604.