João Pimenta

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O Poder Público palmense e a visível divisão de classes do Cemitério

A quem cabe limpar a parte pública do Cemitério Jardim da Paz? A parte privada possui um condomínio que administra, não é nosso objeto de debate. Mas e a parte pública? Muitos são indigentes, outros não têm parentes na cidade. Os que têm, a família vai e limpa (temos registros).
Vou lhes dar um exemplo bem objetivo: eu não tenho nenhum parente aqui, mas se fosse da vontade de Deus que Ele me levasse a partir de Palmas, eu não faria objeção que meus restos carnais fossem enterrados aqui, com meu povo. Minha esposa voltaria com meus filhos para junto da sua família, minha filha ficaria onde está em Chapecó, e eu ficaria solitário por aqui. E se não teria parentes para limpar, ficaria em meio ao mato de todos os dias.
Voltando à realidade, pois estou bem vivo, fica mesmo a pergunta: a quem cabe limpar os cemitérios públicos de Palmas? Tenho falado há oito anos a mesma coisa sobre isso, que é a questão da disponibilidade dos recursos públicos que pagam a execução de vários serviços: para onde está indo esse dinheiro?
Se você entrar no Portal da Transparência, abrir os contratos das várias secretarias, vai perceber que muitos dos serviços públicos em Palmas possuem um processo “no papel” às mil maravilhas, mas eventualmente na prática podem não estar sendo executados integralmente, de acordo com os contratos.
No Direito administrativo existe um dispositivo da execução contratual chamado “Projeto Executivo”, que é a anotação da execução do contrato na ordem em que vai sendo executado. É o que está no “papel” e que fica para as auditorias. O que me deixa incomodado é que é visível a execução de muitos desses projetos na prática: não atingem eventualmente o grau de expectativa segundo o orçamento licitado.
Alguém já pensou sobre isso? Que pode ser por este motivo que as coisas não aconteçam em Palmas, mas no papel esteja tudo lindo?
Só resta ao povo divulgar esse texto. Não é apenas um protesto. É a expressão de revolta por saber que o poder público está pagando por muitos serviços que na prática podem não estar sendo executados conforme seus projetos. É também uma denúncia e a demonstração da sensação de revolta de quem paga impostos. Que Deus abençoe e ilumine a todos. Aos vivos e aos que já se foram.

Atenção: esta coluna é escrita e editada pelo jornalista Rodrigo Kohl Ribeiro MTB: 18.933, de sua inteira e irrestrita responsabilidade. Qualquer sugestão ou crítica, pode ser enviada para o e-mail joaopimentadepalmas@gmail.com ou pelo WhatsApp 46 98820-4604.