João Pimenta

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Prefeito por assinatura

Todos já ouviram falar em serviços por assinatura. A era tecnológica ampliou muito esse conceito. Assim temos internet, jornal, telefone e até marmita, tudo por assinatura. Paga-se uma taxa mensal e ali está o serviço. Pleno, capaz de facilitar o cotidiano de qualquer um. Mas prefeito por assinatura, é a primeira vez que se vê. Esta semana apareceram nos grupos de whatsapp diversos memes sobre a passagem da administração pública de Palmas para o Presidente da Câmara de Vereadores. O prefeito de verdade teria saído de férias, descanso que também teria sido conferido ao vice-prefeito. Por falar em vice, alguém tem escutado falar sobre ele? Há poucos meses estava sendo preparado para ser o sucessor do mandato. Mas nem prefeito ele consegue tornar-se, como pensar em sucessão? Voltando ao caso do prefeito por assinatura, a situação causa até constrangimento a quem acompanha a vida política em Palmas por mais tempo. Eis aqui um dos mais combativos vereadores, justamente fazendo oposição a este prefeito. Foi por isso que conseguiu os poucos votos que garantiram sua reeleição como vereador, à sua legenda, PDT, que, diga-se de passagem, tem como líder em Palmas o ex-prefeito, declaradamente inimigo político do atual. Então como tudo se inverteu? Qual o objetivo desse político que agora realiza o sonho de tornar-se prefeito, às custas de trair os próprios ideais e voltar-se contra sua própria “escola” de formação política? Ao contrário dos serviços por assinatura, que denotam excelência no atendimento, a cidade está à beira do caos, não somente no que diz respeito às contas públicas mas também a respeito da estrutura e funcionamento. No último dia 28 de outubro foi comemorado o dia do Servidor Público, mas de fato os serviços em Palmas estão à mingua. Lembro que toda a cadeia produtiva da cidade passa pelo servidor público, desde a contratação de diaristas, jardineiros, serventes de pedreiro, entregadores, supermercados, crediários e, inclusive, serviços por assinatura, que muita gente não está conseguindo pagar. Uma foto da assinatura do termo de posse como prefeito por alguns dias circulou nos grupos de whatsapp e inspirou a coluna desta semana, pois, ao contrário dos demais serviços por assinatura, o de prefeito não pode e não deve ser banalizado a este ponto. Mas, se o serviço está precário e houve de fato uma assinatura, fica a dúvida: quem está pagando pelo serviço e para quem ele deveria ser prestado? E mais: se o Poder Legislativo é o órgão fiscalizador, igual a uma espécie de SAC, mas se por acordo político o próprio presidente da Casa torna-se prefeito, a quem os usuários vão reclamar quanto ao precário serviço por assinatura?

Atenção: esta coluna é escrita e editada pelo jornalista Rodrigo Kohl Ribeiro MTB: 18.933, de sua inteira e irrestrita responsabilidade. Qualquer sugestão ou crítica, pode ser enviada para o e-mail joaopimentadepalmas@gmail.com ou pelo WhatsApp 46 98820-4604.