Por onde andar no interior de Palmas
Dessa vez vou escrever algo pessoal, afinal, aconteceu comigo, minha família e amigos, mas acende-se uma possibilidade quase sem limites. Vamos começar do início: neste Carnaval por questão de trabalho fiquei na cidade completando um ano sem ir ver minha família que mora no Rio Grande, mas isso não teria nada a ver se não for pelo que vou contar a seguir. É que tendo ficado na cidade, trabalhei no domingo mas na segunda estava de folga. O sol ardia lá fora, o que não é nenhuma novidade em Palmas, mas o que estava me preocupando era que a possibilidade de fazer algo feliz nesse feriado com meus filhos e esposa esgotava-se a cada minuto. Foi aí que tive a ideia de perguntar no meu grupo de trabalho no whatsapp, onde teria uma cachoeira em Palmas. O primeiro a responder foi um colega que usa um chapelão que só vendo. Entusiasmado ele sugeriu a ponte do Abarracamento, no rio Chopim. Alegre contou que o caminho estava arrumado e que seria um passeio agradável. E não é que era verdade? Convidamos um casal de amigos e fomos Fortunado abaixo. O que encontramos foi um local paradisíaco. Uma mata densa era costeada por uma área ciliar pouco coberta, com alguns locais onde visivelmente foi feito uma churrasqueira dessas que nosso avô ou bisa fazia no fundo do quintal. Assamos uma carne e depois nos banhamos, mais para as crianças se refrescarem mesmo e saber o quão mágico é tomar banho de rio.
Assim foi nossa segunda-feira. Mas então na terça, já que estávamos para desbravar os interiores de Palmas e suas fronteiras, fizemos o sentido contrário. A ideia surgiu na segunda mesmo, falando sobre os pontos turísticos em Palmas. E lá estávamos na terça mais uma vez andando por estradas de chão. Diga-se de passagem, as estradas estão de fato organizadas. Da pra dizer que está um asfalto, na linguagem popular, claro. Fomos em direção ao Horizonte e na altura da Polícia Rodoviária viramos à direita. Quebra pra lá, quebra pra cá, faz curva, desce, sobe e segue reto até chegar em uma ponte de madeira. Não é mais Palmas, mas a sensação não é de ter saído desse pedaço de chão, afinal, as pessoas encontradas por lá eram todas palmenses. Encontramos uma churrasqueira vazia, assamos outra carne e depois nos banhamos no rio. Acho até que era um alagado. Voltamos para casa e fomos dormir, hehe, que ninguém é de ferro.
Mas onde quero chegar com minha história pessoal? É porque acendeu uma ideia que paira na cabeça, tenho certeza, de todos os que conhecem os lugares de natureza em Palmas. Que o local possa ser cuidado, preservado e ampliado, para que mais pessoas possam conhecer nossas belezas naturais e as de nossa Região. Eu penso assim: se os donos das terras fizerem projetos, colocar suas terras à disposição para que sejam ampliadas como um local de visitação pública, o próprio poder público vai se interessar em colocar esses projetos em prática, em todas as esferas. Onde mais tem cachoeira, lago, rio, alagado? Isso sem contar das riquezas naturais de nossas fazendas e sítios. Quanta coisa pode acontecer nesses lugares se seus proprietários se inspirarem em dar o primeiro passo? Há tanta gente técnica formada nas mais variadas áreas que pode ajudar em planejamento estratégico, plano de negócios, cronogramas e qualquer forma que possa haver para colocar em prática boas ideias. E também a esfera institucional está aí, esperando ser provocada para que possa dispor de toda a sua estrutura em políticas públicas que possam apoiar as estruturas que serão levantadas deste impulsionamento.
Vivemos tempos de estagnação, talvez até uma inércia, de forma que o verdadeiro boom de uma atuação obstinada para viver outras histórias está nas mãos daqueles que têm as estruturas necessárias para promover essa transformação. Com um trabalho em conjunto não se tem certeza de que se possa construir novos tempos para Palmas, mas também tampouco acaso se deixe de tentar. Aí é que não se constrói nada mesmo.
Atenção: esta coluna é escrita e editada pelo jornalista Rodrigo Kohl Ribeiro MTB: 18.933, de sua inteira e irrestrita responsabilidade. Qualquer sugestão ou crítica, pode ser enviada para o e-mail joaopimentadepalmas@gmail.com ou pelo WhatsApp 46 98820-4604.