Fisioterapia aplicada a Equoterapia

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Fisioterapia aplicada a Equoterapia
O conselho Federal de Fisioterapia e terapia ocupacional (COFFITO, 2008) define a Fisioterapia como “uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais e intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerado por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas.” E o fisioterapeuta “fundamenta suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da biologia, das ciências morfológicas, das ciências fisiológicas, das patologias, da bioquímica, da biofísica, da biomecânica, da cinesia da sinergia funcional, e da sinesia patologia de órgãos e sistemas do corpo humano e as disciplinas comportamentais e sociais”. No exercício da sua atividade na equoterapia, o fisioterapeuta considera, praticamente, os mesmos estudos sistematizados de sua formação, acrescentando os relacionados ao cavalo, como por exemplo, a anatomia, a biomecânica, a etologia, etc.É importante destacar que o COFFITO dispõe sobre o reconhecimento da equoterapia como um recurso terapêutico da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional na resolução número 348; de 27 de março de 2008.
– Método neuroevolutivo
Segundo Gallahue & Ozmun (2003) “desenvolvimento motor é a contínua alteração do comportamento ao longo do ciclo da vida, realizado entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições ambientais.” Se algum fator intrínseco ou extrínseco interferir no desenvolvimento normal do indivíduo causará distúrbios subjacentes à função motora. Neste contexto, os problemas a serem trabalhados na equoterapia serão as deficiências e as disfunções do desenvolvimento motor, ou melhor, da função total.
A equoterapia, como a maioria dos sistemas de tratamento, sugere que a sequência motora normal do desenvolvimento do indivíduo seja seguida.
– Biomecânica;
“A biomecânica avalia o movimento de um organismo vivo e o efeito da força – seja empurrando ou tracionando – sobre esse organismo.” Ela investiga o movimento sobre vários aspectos mecânicos, suas causas e efeitos orgânicos (Hamil e Knuztzen, 1999).
A base biomecânica da equoterapia é constituída por um estudo complexo no qual a interação entre o praticante e o cavalo é observada nas atividades músculo-esqueléticas envolvidas no processo de montaria, bem como suas consequências. As diferentes posturas corporais que o praticante assume quando montado a cavalo são o resultado das aplicações das forças determinadas pela natureza da atividade desempenhada.
– Função do Fisioterapeuta na equipe:
O fisioterapeuta faz uma avaliação do estado funcional do praticante em fatos observados, coletados ao longo de uma conversa informal e mensurados por testes apropriados.
No contexto equoterápico, após a formalização do diagnóstico fisioterápico, o fisioterapeuta se reúne com os demais profissionais do centro de equoterapia para, em conjunto, elaborar o plano de tratamento equoterápico, com os atos e as técnicas mais apropriadas para cada um dos praticantes. Nesse planejamento individualizado, especificam-se os objetivos e a proposta de atendimento, as precauções, as adaptações, a maneira de aproximação ao ambiente e ao cavalo, o modo de montar e apear, o tipo de andadura do cavalo, a movimentação ideal do cavalo, o movimento do praticante.
– Ação Terapêutica
O conhecimento aprofundado sobre o cavalo, o ambiente em que se insere o centro de equoterapia e as patologias do praticante determinam uma ação terapêutica eficiente e eficaz ao tratamento equoterápico.Destacando que esse conhecimento propícia ao terapeuta a habilidade de, por exemplo, modular as qualidades de movimento do cavalo no momento da sessão de equoterapia, escolher a variabilidade do movimento, do ritmo, da dimensionalidade e da regularidade; modificar a escolha do piso que esse animal andará para destacar um ou outro movimento do praticante, modificar o a trajetória da pista para gestar estímulos diferentes ao praticante.