O entendimento da visão macroeconômica é muito importante para se obter a estabilidade monetária, especificamente no controle de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal. Se houvesse um real esforço do governo, esses controles poderiam resultar em prosperidade, criar superavit primário, propiciar condições à redução de juro, aumentar o poder aquisitivo, melhorar o crescimento econômico e a geração de empregos. Na estabilidade monetária há mais recursos para administrar a expansão de problemas sociais, modernização do parque industrial e busca da estabilidade e previsibilidade econômica e social.
No segundo governo Dilma Rousseff, diante dos efeitos da crise financeira do subprime de 2008, optou-se em: usar os bancos públicos para conter a alta de juro e ampliar o crédito; interferir na política da Petrobrás para reduzir preços de combustíveis; orientar o BNDES a distribuir melhor os investimentos; e optar pela política de desvalorização cambial para estimular a indústria brasileira. Infelizmente, os resultados dessas ações que tinham intenções de melhorar a economia brasileira causaram um desequilíbrio fiscal que resultou em recessão. Ao invés de ter como presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira, fiel a Bolsonaro, tinha Eduardo Cunha, seu algoz, que, por fim, foi condenado a 15 anos de prisão federal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Bolsonaro, por sua vez, só trabalha para sobreviver na política, proteger aliados e disputar reeleição. Dá impressão de que está sempre com intenções em desmontar instituições de controle do estado, distribuir verbas que favoreça aos aliados e manter o status de patrimonialismo da velha política brasileira. É o responsável pelo fracasso econômico e social que ora se atravessa. O pior é assistir o silêncio do povo brasileiro à devastação do meio ambiente, ao desmonte da economia, ao desprezo à ciência, aos ataques à educação e à cultura, às ameaças golpistas, e à diplomacia desastrosa.
Bolsonaro não consegue entender a necessidade de o país manter controle de inflação, juro, câmbio, desemprego, fome, incertezas políticas, desempenho pífio da economia, abandono da educação, saúde, segurança, meio ambiente, miséria e desigualdade. Liderado Arthur Lira, vê-se a farra do orçamento na Câmara dos Deputados, calote parcial dos precatórios (PEC do calote), desvalorização do governo e o nome do país manchado no exterior. Nunca um presidente brasileiro foi tão desprezado como o atual na reunião do G20.
Quanto à valorização do dólar afetando sobremaneira o Brasil, sabe-se que a expressiva desvalorização do real foi agravada pela saída de recursos do país em razão da falta de recursos na condução da economia, das propostas inconsistentes de reformas e da insegurança de seguir as reformas democráticas. O investidor não acredita neste governo, assim como os governantes das maiores nações do mundo. Bolsonaro não será afastado da presidência e levará o país desmembrado até outubro. O povo, à mingua, temendo o exército, acompanha em silêncio a destruição das bases econômicas e sociais.