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O atual presidente foi eleito com base em duas nobres promessas: combater o crime e a corrupção e fortalecer a situação fiscal brasileira, criando um Estado mais eficiente e eficaz. A transparência é uma pré-condição ao cumprimento das promessas, entretanto, o decreto sancionado em 24 de janeiro resulta em um aumento significativo do número de funcionários públicos com autoridade para classificar informações como secretas e ultrassecretas, tornando sigilosos os documentos por 15 e 25 anos, respectivamente. Na prática, as mudanças têm o poder de diminuir a transparência da administração pública federal.

Já no Fórum Econômico Mundial em Davos, houve muita crítica ao comportamento de Jair Bolsonaro, principalmente porque discursou apenas seis minutos e era perceptível seu desconforto emocional durante o discurso e na entrevista que se seguiu. As críticas de repórteres de outros países, questionam se ele teria condições de gerir equipes, administrar crises e comunicar-se com outros líderes mundiais. Alegou cansaço e atacou a imprensa ao cancelar a entrevista coletiva que daria, disse ser “abordagem antiprofissional da imprensa”. Seu discurso não empolgou ninguém porque, além de outras coisas, foi muito cordato, morno e pausado.

O Governo Bolsonaro está vulnerável em dois importantes aspectos: o primeiro é a aparente falta de coordenação e a experiência na sua relação com os partidos e com o Congresso. A segunda fragilidade são os enroscos familiares de Jair. O Próprio presidente disse em entrevista na Record que ‘Não é justo atingir o garoto (38 anos), fazer com ele o que estão fazendo para tentar me atingir’.

O gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia do Rio de janeiro contratou a mulher e a mãe do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, que vem a ser o chefe do chamado “Escritório do Crime”, uma das principais milícias do Rio. As duas estavam na folha de pagamento do gabinete de Flávio até novembro passado. Flávio afirmou que as duas foram contratadas por indicação do então assessor Fabrício Queiróz que, apesar de seu salário de motorista, movimentou pelo menos 1,2 milhão de reais em sua conta; uma das movimentações foi um cheque de 24 mil reais para Michelle Bolsonaro, feito pela mãe do miliciano Adriano da Nóbrega, ora foragido.

É desconfortável a situação de Flávio quando está se comprovando sua ligação com o sujeito apontado como chefe de uma das quadrilhas mais perigosas do Rio de janeiro, acusada de sequestrar, torturar e assassinar pessoas, além de explorar mercado imobiliário clandestino e extorquir moradores de comunidades carentes. Flávio tinha um suposto motorista no gabinete, Queiroz, que movimentou 7 milhões de reais em três anos, e parte desse dinheiro era oriundo de depósitos feitos por servidores do gabinete, logo depois do pagamento de salários efetuados pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Afinal, o propósito maior do Governo não é combater a corrupção?