A pobreza extrema cresceu pelo quarto ano consecutivo no país, somando 13,8 milhões de pessoas, maior nível em oito anos. A crise econômica causada pelo Covid-19 deverá acelerar ainda mais o empobrecimento brasileiro em relação à média da população mundial. O Brasil perdeu 4,9 milhões de empregos entre fevereiro e abril. É importante ressaltar que o poder aquisitivo do brasileiro está quase 30% abaixo ao do chinês neste ano. Essa distância representa uma mudança brutal em relação ao do início da década de 1980, quando a renda brasileira era 15 vezes maior que a chinesa.
Além da pandemia, um grande mal tem sido o entreguista ministro da Economia e o presidente do Banco Central com suas desastrosas políticas salarial e cambial. É bem provável que, ante o derretimento da economia, a parcela dos pobres da população retroceda décadas em qualidade de vida, que já é desoladora. Deve-se ter consciência social para entender a vida dos menos favorecidos e, a partir disso, criar condições de que eles ser educados e se prepararem para seus sustentos e o das suas famílias por esforço próprio.
Ignorância é nociva! Se alguém ainda duvida, que olhe ao Brasil atual. Ignorância causa mortandade. O Brasil tem quase 30 mil mortes pelo Covid-19, e há fascistas dizendo que tal vírus não existe. É muito constrangedor assistir aos sepultamentos com retroescavadeira que conferem aos funerais aspecto de manobra de terraplanagem, ver parentes chorando e enterrando seus mortos sozinhos. É essencial entender que a cada dia crescem desemprego, fome, reprimarização da economia e devastação das preciosas florestas nacionais.
A posição não está entre bolsonarismo e socialismo; é estar entre o fascismo e a civilização. É momento de tomada de consciência da sociedade civil sobre a responsabilidade na condução do país. O atual autoritarismo é um legado da Lava Jato, porque ela representou a desconstrução do processo legal e forçou a legitimação de atos de repressão a pretexto de se coibir a corrupção. Quando Moro autorizou a divulgação da conversa da Dilma com Lula, contribuiu muito à queda dela; e ao divulgar a delação do Palocci, às vésperas da eleição, ajudou a vitória de Bolsonaro. O autoritarismo de Bolsonaro é um legado da Lava Jato porque forçou a legitimação de repressão e cultura de arbítrio.
Existem quase 20 milhões de trabalhadores desempregados, mais a desistência de outro tanto em procurar emprego em meio à pandemia. Em plena crise montada, reuniram-se os fascistas no palácio do planalto pedindo a prisão dos ministros do STF ao invés de usarem o tempo para salvar brasileiros da epidemia: pessoas de má índole que desperdiçam tempo precioso ao invés de salvar vidas e gerar esperança. Para não se esquecer: o impiedoso Guedes disse na reunião ministerial que “acabar com as desigualdades é só discurso, porque, se fizermos isso, acabaremos como a Dilma”.