Estagnação da economia brasileira

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Houve, nestes últimos meses, estagnação produtiva e reversão dos ânimos econômicos. Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais – Anbima, as empresas levantaram menos dinheiro no mercado de capitais no primeiro trimestre de 2019, envolvendo empréstimos via debêntures, venda de novas ações e captações de recursos no exterior. Para piorar, a Confederação Nacional da Indústria – CNI rebaixou a previsão do crescimento do PIB Industrial para este ano de 3% para 1,1%. Reduziu também o crescimento do PIB Geral de 2,7% para 2%, mas os bancos (Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) preveem 1%.

Apesar da fragilidade das atividades econômicas, os bancos que atuam no Brasil encerraram 2018 com lucro líquido de 100 bilhões de reais. O retorno do ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) atingiu 14,8% em 2018, maior dos últimos sete anos. Enquanto a iniciativa privada lucra, a desorganização do governo é tão grande que a equipe econômica está bem desprestigiada no Congresso brasileiro. A Câmara anunciou que tocará a reforma tributária e também a autonomia do Banco Central. O governo também apresentará um projeto, mas a Câmara, há tempo, prepara um projeto similar. Por outro lado, o presidente sinalizou que atenderá à bancada ruralista dando perdão de 17 bilhões de reais da dívida dos produtores com o Funrural, espécie de contribuição previdenciária do setor.

O mais preocupante é se Bolsonaro terá capacidade para promover a reforma da Previdência. Guedes diz que esta reforma restaura a saúde financeira e tirará o Brasil da estagnação econômica, fato que discordo totalmente. O governo propaga que é a saída do Brasil da crise, todavia, nada mais é que um projeto que favorece empresários, o trabalhador só perde direitos, e o patronal deixa de participar e pagar recursos financeiros que hoje contribuem à aposentadoria dos trabalhadores. É mais um engodo que é passado à população, assim como foi a reforma trabalhista e a terceirização.

Na semana passada, Bolsonaro cancelou reajuste de 5,7% sobre o óleo diesel; tal decisão deixou o mercado financeiro agitado, pois o governo prometeu não intervir na Petrobrás. A tal intervenção no reajuste do óleo foi por causa da pressão dos caminhoneiros que ameaçam outra greve geral. O governo recuou e prometeu-lhes também elevar a 40 pontos de infrações o limite ao motorista ter a Carteira de Habilitação suspensa. O mercado gritou: as ações da Petrobrás fecharam em queda de 8,5%, e só na sexta-feira perdeu 32 bilhões de reais em valor do mercado. Os recuos e as bobagens as incompetências deixam sequelas: dólar mais caro, queda nas Bolsas cujos negócios tornam-se mais caros. Logo, a economia cresce menos e tende a estagnar.