Em entrevistas no Jornal Nacional da TV Globo, Bolsonaro, o primeiro, esteve sempre à defesa e teve muitas dificuldades nas falas por problemas de expressão oral, foi sem graça e repetiu a “cola” na palma da mão. Ele não disse nenhuma palavra sobre o futuro e pareceu um deserto de ideias e propostas políticas. Parte de expressiva parte do eleitorado espera um candidato capaz de propor um caminho de crescimento e desenvolvimento econômico, assim como a justiça social. Na entrevista dele, nada disso transpareceu!
Ciro, o segundo, valorizou mais a tecnicidade do discurso. Mostrou enorme mágoa com o PT, mas afirmou que não quer flertar de maneira nenhuma com Bolsonaro ou seus seguidores. Ele tentou compactar em grandes temas ao dizer como quer governar. Posicionou-se totalmente contra Bolsonaro e Lula, mas, na verdade, ficou sem espaço e não “pegou” os eleitores da suposta “terceira via”. Ciro demorou muito para achar o tom da campanha.
Lula, o terceiro, não negou a existência de corrupção e afirmou que as coisas vieram à tona porque se permitiram fiscalização e investigação eficiente. Bonner lembrou que o STF anulou as condenações e que ele não devia mais nada à Justiça. Lula afirmou que Bolsonaro é refém do Congresso Nacional, que quem cuida do orçamento da República é o Lira, e que o presidente não coordena nada. Lula foi sereno às respostas e saiu com saldos positivos.
Tebet, a quarta, comprometeu-se com a criação de um seguro de renda para trabalhadores informais que estão no Programa Auxílio Brasil. Disse que, para evitar novos casos de corrupção, garantiria independência e autonomia do Ministério Público e da Procuradoria Geral da República e da Polícia Federal. Explanou também que seu partido, o MDB, esteve envolvido em corrupção, mas que esses colegas de partido não estão com ela. Uma das suas metas é fazer a Reforma Tributária.
No debate entre seis candidatos na TV Bandeirantes, “ BAND Eleições 2022”, estranhamente, Lula decidiu adotar a estratégia defendida por parte de seu entorno de não entrar em embates com Bolsonaro. Pareceu não desejar baixar o nível do debate e permitiu que Ciro e Bolsonaro lhe agredissem. Bolsonaro, por sua vez, compareceu cheio de bilhetes e estava sempre consultando anotações. Resolveu atacar Lula e foi agressivo com seu principal oponente e com a jornalista Vera Magalhães que afirmou que ela era “uma vergonha do jornalismo”. Lula estava nervoso; Bolsonaro, descontrolado e desequilibrado.
Simone Tebet saiu-se bem, teve coragem de enfrentar Bolsonaro dizendo-lhe algumas verdades não mencionadas por outros candidatos e foi a mais bem avaliada. Ciro esteve bem, mas baseou suas falas em experiências na prefeitura de Fortaleza e no Estado do Ceará. Soraya e D’Ávila ocuparam um papel lateral com menor destaque. Os temas como sigilo de documentos, paternidade de programas sociais, religião e corrupção foram motivos de discussão entre os candidatos. As entrevistas na Globo tiveram resultados melhores.