“Peixes nadam, pássaros voam e pessoas sentem” Haim Ginott. Se uma criança for crescer para ser honesta, ela não deve ser estimulada para mentir sobre seus sentimentos, sejam eles positivos, negativos. Esta frase do mesmo autor, um psicólogo infantil, não sairá nunca de moda, afinal parte do nosso trabalho como pais, professores é aprender a aceitar sentimentos desconfortáveis, tanto os nossos quanto o dos filhos e alunos, na pratica isso parece difícil e é, por isso devemos praticar em nós primeiro essa aceitação.
A situação aperta especialmente se os sentimentos negativos das crianças são direcionados a nós. Por favor não confundir com aceitar qualquer tipo de comportamento! Sentimentos são inerentes aos seres humanos, não há como se livrar deles. Se a boca se cala, outra parte do corpo se encarregará de trazer o sentimento à tona, mesmo que no formato de comportamentos negativos ou sintomas e doenças. Já o comportamento pode se tornar apropriado, principalmente quando ensinado com respeito e exemplo. Quando se é pequeno e ainda desenvolvendo habilidades de linguagem, resolução de problemas, etc, os sentimentos são TUDO para uma criança. Emoções e ação estão bem emaranhadas e com prática a gente consegue separá-las e lidar com ambas de forma correta. Emoções PRECISAM ser expressas e as ações precisam de limites e seguimento. Quando expressam suas emoções as crianças constroem literalmente parte da arquitetura de seus cérebros que são vitais para o aprendizado, inclusive acadêmico. Crianças podem ter uma explosão enorme de raiva, frustração, por exemplo, mas suas habilidades de lidar e entender as emoções estão só no começo, pode ser que seu filho nem saiba que essa raiva toda e a vontade de bater irão eventualmente passar. Apesar de intensos e muito reais, nossos sentimentos estão sempre mudando. A infância é um tempo precioso para começar o constante aprendizado de gerenciar as emoções. Lembrem que esse aprendizado anda junto do combo ‘aceitação, expressão, limites e seguimento’.