O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, ex-juiz federal, é acusado de corrupção em contratos públicos da Saúde e afastado do cargo por seis meses. Tal decisão foi realizada pela corte do STJ composta pelos 15 ministros mais antigos do Tribunal. Mas, como pôde acontecer isso? O ex-governador Sérgio Cabral foi recentemente condenado a 300 anos de prisão por corrupção. Será que um ex-juiz federal, que deve ter mandado para a cadeia milhares de pessoas é vítima de ambição vil e rasteira? Com o dinheiro que tem, mais benécias e amplo poder do cargo, jogar tudo fora em troca de poucos milhares de reais, por quê?
Caso comprovar as acusações, fica-se perplexo com as mesquinharias de quem já tinha tudo. É inaceitável que um ex-oficial da Marinha do Brasil, juiz federal e agora governador tenha sido tentando por atos vis impróprios a qualquer cidadão, muito mais por sua autoridade. Idem à ambição do ex-juiz federal, Sérgio Moro, que destruiu sua carreira condenando Lula sem provas, alegando “ato de ofício indeterminado”, isto é, sem provas, para ser nomeado ministro da Justiça de Bolsonaro, com a promessa de ser indicado à Suprema Corte Federal, cargo eterno e do mais alto prestígio.
Aos cidadãos comuns, existe o mais alto respeito por magistrados – ainda mais por juízes federais, e erram como adolescentes, vítima de impulsos de poder. O presidente do PSC, Pastor Everaldo, está na cadeia por ser acusado de intervir junto de Witzel, mas que também já tramou com Anthony Garotinho. O mais constrangedor é se tratar de um pastor que prega para milhares de fiéis! A pastora evangélica Flordelis, deputada, cantora, recentemente mandou matar o marido que foi seu filho adotivo, que anteriormente havia se casado com uma das filhas. Flordelis disse, em depoimento, que não poderiam se divorciar porque escandalizariam Deus. Logo, decidiu matá-lo. Segundo informações da polícia, vivia em promiscuidade e orgias, inclusive, com familiares e, principalmente, coleta de dinheiro de fiéis inocentes.
Quando juízes federais mentem e enganam; pastores extorquem fiéis, matam e roubam; governadores são afastados por fraudarem licitações públicas, pensa-se: em quem confiar? No tio canalha que estupra a sobrinha dos seis aos dez anos e a engravida? No “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, imperam-se demolição moral, ambiental e institucional, uma verdadeira implosão civil de valores, cujo povo está cercado por corruptos, pedófilos e milicianos que usam o santo nome de Deus para praticar barbáries. A crise da gestão pública frustra expectativas acerca do papel do Estado em uma democracia com falas do Bolsonaro quando briga com jornalistas mandando-os calar a boca, que tem vontade de socar a boca porque perguntaram sobre os depósitos de R$ 89 mil que Fabrício Queiroz depositou na conta da esposa dele?
Baixa qualidade de empregos, milhões na informalidade, níveis absurdos de pobreza e crescimento da desigualdade desnudam a população perante sua baixa produtividade, formação deficiente de capital humano, baixa tecnologia, pouca inovação e protecionismo excessivo. O posto Ipiranga não está resolvendo nada: é apenas um teórico aplicador de recursos em derivativos, não entende de política pública e só pensa em eliminar encargos da folha salarial, ajudando empresários e tentando repassar esses custos na tentativa de recriar a CPMF, onde todos os pagarão, inclusive, pobres e miseráveis. Dilma não caiu pelas pedaladas fiscais, mas pela crise fiscal. Da mesma forma, falcatruas e ataques à democracia não derrubaram Bolsonaro, mas o desastre econômico o destruirá a partir do momento que deixará de oferecer o auxílio financeiro a partir de janeiro de 2021.
É deplorável ver a sociedade dos homens com reação contra todo o processo civilizador. Parece que a inteligência e conhecimento ofendem os medíocres e a atual onda obscurantista, que defende o criacionismo e o terraplanismo, surgem das trevas. Conhecimento é poder e não se pode confiar em mais ninguém!