Efeitos colaterais do Covid-19

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Nas semanas anteriores, os mercados financeiros estavam em pânico e desabaram a maior queda do século. Os mercados despencam com a guerra pelo preço do barril de óleo e avanço do Covid-19. Um dólar chega a R$5,02. Os mercados financeiros tiveram o seu pior dia desde o crash de 1987, e no Brasil, o risco-país sobe 42%. Em 2020, a queda no valor de mercado chega a R$ 1 trilhão e as empresas perdem R$ 489 bilhões no valor.

O FED, Federal Reserve, banco central americano injetará US$ 1,5 trilhão na economia americana. No Brasil, Guedes liberará a 1ª parcela do 13º dos aposentados em abril. Rodrigo Maia, Presidente da Câmara dos Deputados declarou “não podemos imaginar que Guedes tenha pensado de forma tão medíocre”. Estamos à porta da recessão global e o ministro da economia, mais uma vez, não sabe o que fazer. Pediu novo prazo para apresentar um plano de recuperação econômica e declarou que se levantar R$5 bilhões consegue conter os danos do Coronavírus.

Disputa entre poderes no Brasil chega em movimento de instabilidade global e Bolsonaro convoca seus inteligentes e serviçais seguidores a protestar contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, aliás, manifestação pífia. Na democracia, existem três poderes e um deve controlar o outro para não haver exageros. É importante entender que a atual política econômica se baseia em um liberalismo primitivo. Erra-se crendo que basta retirar o Estado da economia e equilibrar as contas públicas para que a confiança dos investidores privados seja recuperada e a economia volte a crescer.

O pânico nos mercados financeiros e a possível recessão mundial suscitam apelos de ação dos governos. A tentativa de equilibrar contas públicas a curto prazo e a qualquer custo asfixia o setor privado com impostos distorcidos, inviabiliza investimentos públicos e paralisa serviços básicos. Quando há desemprego e capacidade ociosa, o aumento do gasto público não compete com o gasto privado, pelo contrário, pode levar à recuperação do emprego e da renda.

Acreditar que seja possível ter economia capitalista competitiva sem Estado competente é ilusão, exatamente porque o setor privado procurará sempre capturar o Estado e suas agências reguladoras. É então que o Estado precisa ser competente em todas as suas dimensões. O Estado deve ser voltado ao bem-estar da sociedade, não um criador de benesses aos seus ocupantes e criar dificuldades ao cidadão.

O impacto do Covid-19 na economia brasileira é inevitável, como ficou claro pelo comportamento dos mercados, mesmo que não houvesse chance de epidemia em território brasileiro. Há diversos pontos de contágio econômico, como alta absurda do dólar a R$5,00, falta de insumos às indústrias, encolhimento do comércio mundial, alto desemprego, PIB com crescimento ridículo de 1,1%, piora na confiança de investidores e perdas de capital, principalmente na Bolsa de Valores. Guedes não sabe o que fazer, lamentavelmente!