Nos últimos anos, os representantes da extrema direita se rebelaram contra o dito politicamente correto e adotaram como plataforma atitudes agressivas, alegando a existência de teorias conspiratórias das supostas elites globais socialistas que, segundo eles, manipulam o “mundo perfeito”. Esse novo rebelde, o ‘punk de direita’, afirma defender valores da família tradicional (mas quem não defende?) e ratifica que está envolvido numa grande rebelião contra as elites progressistas. Essa incorreção política é baseada na ideia de que a suposta esquerda mantém sua hemogenia através de feminismo, igualdade entre os seres humanos, ecologia, mudanças climáticas e vacinas. Os direitistas estão mais rebeldes, querem todos os privilégios e saíram às ruas para protestar e até assaltaram o Capitólio. O fascismo se apresentava como ruptura da ordem existente: é a forma da direita transgressora, aumentando injustiça e discriminação.
Como a população reage? O crescimento de práticas autoritárias e falta de eficácia governamental para resolver problemas dos cidadãos criam condições para se viver um desastre econômico e social atuais, cujo desleixo contra pobreza, fome e desigualdade social prejudica a nação brasileira. O atual presidente não tem capacidade gerencial para direcionar o país para crescer, diminuindo a pobreza por meio de desenvolvimento da indústria e da tecnologia. Com o PIB cada vez mais baixo e juro cada vez maior, é difícil prever queda da inflação: a percepção de risco piora e eleva juro longo.
Falando sobre inflação, os índices de preços têm aumentado consideravelmente alcançando taxas anuais de 10,06% em 2021, e espera-se que em 2022 sejam muito próximos. Existe aumento de preços pontuais em muitos setores, como combustível (gás, diesel, gasolina, etanol), energia, aluguel e carne. A inflação aumenta de maneira persistente. Pergunta-se: o que é inflação? Em linhas gerais, inflação é a taxa de variação de preços prejudicando mais cruelmente os mais pobres.
Os preços aumentam devido à combinação de vários fatores: aumento de matéria-prima; escassez de produção, consequentemente, a demanda é maior que a produção; aumento de preços internacionais; valorização exagerada do dólar; dívida pública brasileira altíssima; inflação nos EUA e na Europa; e declínio do parque fabril brasileiro. A política macroeconômica deste governo gerou desemprego, fome e miséria, erosão salarial, desemprego e juro alto. O consumo de 2022 pouco contribuirá à melhoria eficaz da economia. A volta do Brasil ao mapa da fome é retrocesso inédito no mundo.
Com a redução da produção, as exportações diminuam e acabam destruindo em parte a cadeia produtiva e sua infraestrutura, causando deterioração da balança comercial brasileira. A economia está em risco: vive-se uma gestão pública voltada aos empresários, à redução de benefícios aos trabalhadores (reformas trabalhista e previdenciária), permissão governamental ao desmatamento (fracasso de política ambiental), negação da ciência, e desprezo à Educação, à saúde e à vida.
O orçamento público federal de 2022 é um espelho refletindo o descompromisso de políticas públicas com o crescimento econômico e estimulando a desigualdade. O Centrão tem mais recursos que a Educação e a Defesa. O crescimento do Brasil não é apenas para aumentar lucro de empresas e sim, melhorar o bem-estar de todos. O atual orçamento favorece políticos e empresas privadas. Necessita-se de visão estratégica do gasto público que vincule demandas de curto prazo com investimentos de longo prazo e que contribua à diminuição da pobreza. Em 2022, eleições, pandemia, crise política, juro alto, PIB insignificante, alto desemprego, fome, inflação, desequilíbrio fiscal, desgovernança, desprezo à ciência e à bioecologia deixarão o Brasil menor ainda.