O atual governo atravessa seu momento mais delicado; porém, só conserva certa estabilidade singular graças aos acordos com os partidos do Centrão. Pela terceira vez, desde maio, um número crescente de manifestantes foram às ruas em todo Brasil para pedir o impeachment de Bolsonaro. Os motivos dessa insurgência são as suspeitas de corrupção em negociações à compra das vacinas da Covaxin indiana, levantadas na CPI da covid.
Dois anos e meio de governo após Bolsonaro prometer Nova Política, chega-se a algo muito pior que se tinha: tudo está nas mãos do Centrão e das milícias de picaretas. A avalanche de suspeitas de denúncias de corrupção e suspeitas só começaram. Não se pode medir a eficiência do governo só por 530 mil mortes! O Brasil tem 2,7% da população mundial, mas concentra 13% das mortes por covid-19. Todos são cúmplices pelo silêncio.
Neste governo, há crimes de desmatamento e contrabando de madeira que movem muito dinheiro; garimpo ilegal e extração clandestina de minerais preciosos movem grandes fortunas. Depois, vem a ação covarde das milícias da Covid: recusaram comprar vacinas, utilizaram dinheiro público para comprar cloroquina e, ainda por cima, tentaram lucrar R$ 2bi com a tentativa de suborno na compra da Covaxin. O Ministério da Saúde está loteado por indivíduos da pior maneira possível.
Além de tudo isso, Bolsonaro, com objetivo de instigar os mais radicais, alega que, se perder as eleições de 2022, é porque haverá fraude e grita constantemente o discurso de Donald Trump : “Teremos problemas no ano que vem: a fraude está escancarada e não vou admitir um sistema fraudável nas eleições!”. Esqueceu de que tal sistema o elegeu; daí, não foi fraudulento? Enquanto isso, percebe-se que as instituições da República não funcionam, a não ser seus ocupantes em busca por privilégios.
No Brasil, mais de 40 milhões de famílias estão em situação de pobreza. Viver na pobreza exaure a capacidade mental do indivíduo e acaba conduzindo-o a tomar decisões erradas com maior probabilidade de cometer erros. Isto retroalimenta a pobreza. Inflação, dólar e desemprego estão em alta.
É necessário defender a Constituição e o Estado Democrático de Direito, assim como implantar um programa nacional de desenvolvimento. O país precisa da normalidade institucional, de cuidados com saúde pública, educação, políticas ambientais e econômicas que propiciem crescimento sustentável e de desenvolvimento econômico, de geração de renda e empregos.
No mundo, comenta-se sobre Bolsonaro: Le Monde o acusa de prevaricação; The Guardian, de um escândalo em forma de bola de neve; Financial Times, escândalo da vacina no Brasil apresenta nova ameaça política para Bolsonaro. O país já era pobre antes de Bolsonaro, mas ficou mais pobre, desigual e violento, e sem emprego, planejamento e esperança. É só seguir o dinheiro e se descobrirá o vacinagate.