No último domingo foi restabelecida a democracia no país, com vitória do candidato da oposição. Nunca se viu o Brasil tão dividido: milhões de pessoas com ódio, rancor e desprezo por pessoas que não pensam igual. Nem na ditadura de 1964 a 1985 percebeu-se cenário tão catastrófico e confrontador.
Implantou-se no Brasil um sistema de conflito entre classes sociais e disseminação de ódio incondicional da direita contra todos os outros cidadãos. A Lava Jato de Moro e Dallagnol sempre foi política, cujo objetivo era tirar Lula da disputa eleitoral, destruindo a legalidade do Brasil. Na véspera de ser preso, Lula tinha 39% dos votos e Bolsonaro 19%. Todavia, saiu da cadeia e foi eleito presidente da República pela terceira vez.
Moro sai do judiciário e torna-se ministro de Bolsonaro com a promessa de alçar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal – STF; como “não cuidou bem dos processos contra os filhos de Bolsonaro”, foi encaminhado para fora do governo onde passou a ser crítico, inclusive, chamando seu chefe de corrupto. Agora, eleito senador pela extrema direita, juntou-se a Bolsonaro participando de debates presidenciais.
E o que Bolsonaro fez pelo Brasil nesses quatro anos de governo? Descuidou do combate do Covid-19; não comprou vacinas e respiradores em tempo hábil, debochou de mortos e enlutados simulando estar sufocando; cortou grandes verbas da Educação, da Saúde, dos pobres, da fome, arrastando milhões de pessoas, inclusive, morrendo na fila da compra de ossos. Também aumentou o índice da pobreza; envolveu Forças Armadas e igrejas evangélicas para se manter no poder; aprovou orçamento secreto; foi contra a ciência; desrespeitou imprensa, mulheres, negros e homossexuais; ficou inerte ao processo assustador de desmatamento e garimpo ilegal.
Bolsonaro desrespeitou outros poderes da República; incentivou cidadãos comuns a se armarem; criou mundo de fake News; promoveu ‘rachadinhas’, beneficiou amigos empresários; instigou brigas entre brasileiros; disseminou ódio; brigou com chefes de estado internacionais, inclusive com ofensas pessoais; perdeu controle da inflação; aumentou juros; usou recursos da Nação para se beneficiar na campanha eleitoral; confessou publicamente que pintou ‘um clima’ com venezuelanas de 14 anos. Seu parceiro Roberto Jefferson disparou 50 tiros e três granadas contra a Polícia Federal e Carla Zambelli, sua devota, apareceu caçando opositores com arma na mão e, finalmente, desvirtuou símbolos nacionais.
Sempre irritado e agressivo, dizia-se ‘imbroxável’, mas não falava sobre o assassinato da Marielle Franco, dos depósitos do Queiroz, enfim, Bolsonaro perdeu as eleições e o povo deve seguir o curso. Mesmo com rodovias paralisadas e sabe-se mais o que os milicianos farão, segue-se o caminho em paz, para reconstruir a democracia brasileira! O Brasil é grande demais para ser relegado ao triste papel de pária do mundo e, em breve, estará pronto para retomar o seu protagonismo.