Infelizmente, não só no Brasil mas em todo o mundo está havendo uma EPIDEMIA DE ESTELIONATO VIRTUAL em todas as áreas de nossas vidas, onde estelionatários se passam por familiares, instituições financeiras, empresas e agora se passam por advogados.
Sim. Golpistas usam nomes de advogados, e têm se aproveitado da relação de confiança entre clientes e advogados para praticar golpes contra clientes reais e que sabem que logo poderão receber um valor, porém, após adiarem supostos valores, não receberem os valores de imediato e ainda perdem o valor adiantado no golpe.
Por meio de ferramentas como o WhatsApp, os criminosos se passam por representantes de escritórios de advocacia e solicitam pagamentos para liberação de precatórios, indenizações, ações previdenciárias, acordos para equacionar dívidas e taxas judiciais.
Eles usam informações públicas de processos, oferecem serviços ou cobram taxas para liberação de valores se passando pelo advogado real, pois usam fotos e informações privadas do cliente, porem usando um terceiro número que nós do escritório ou do próprio advogado.
A OAB Paraná já informou que existem investigações criminais a respeito para identificar e punição dos estelionatários.
Seccionais da OAB do Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina, por exemplo, já divulgaram informes alertando seus inscritos e a sociedade sobre o problema.
Desde outubro de 2022, a OAB do Paraná tem promovido uma campanha informativa alertando sobre os cuidados para evitar esse tipo de golpe. Até maio deste ano, a entidade já havia recebido 237 denúncias.
O advogado Nasser Ahmad Allan, da Gasam Advocacia, também teve que lidar com tentativas de golpes envolvendo o nome do escritório. “Vira e mexe usam a imagem ou o nome de alguém aqui do escritório para tentar aplicar golpes. É o caso típico do bilhete premiado. O criminoso tenta vender uma vantagem mediante pagamento. Eles usam informações públicas dos processos e misturam com outras fantasiosas de modo que o discurso é verossímil”, explica.
Ele aponta que os golpistas estipulam prazos curtos para aproveitar descontos em acordos trabalhistas ou para o pagamento de taxas para liberação de precatórios, por exemplo. “Costumo dizer que se não tivéssemos meios de pagamentos tão ágeis no país o golpe não funcionaria. Só depois de fazer uma transferência ou Pix é que às vezes a pessoa se preocupa em ligar no telefone fixo do escritório”.
Em fevereiro deste ano, o juiz Eduardo Schmidt Ortiz, do Juizado Especial Cível de Palmas (PR), determinou que empresas de telefonia e de redes sociais colaborem para que o golpe do falso advogado seja contido no Paraná.
O julgador determinou a suspensão do funcionamento de números de telefone utilizados para aplicação do golpe, fornecimento de dados cadastrais, do IP utilizado pelos criminosos e suspensão dos serviços de mensagem dos golpistas.
A decisão foi provocada por pedido do advogado Eduardo Tobera Filho, cujo escritório foi alvo da tentativa da ação dos estelionatários.
O número do telefone usado pelos golpistas sempre é da região e eles apresentam dados legítimos dos contratos que não são públicos, colocando informações reais dos clientes e processos e que mostra uma certa realidade na cobrança golpista.
Golpismo 2.0
O uso do nome de advogados e de escritórios de advocacia para aplicar golpes não é exatamente algo novo, mas o avanço da tecnologia e a digitalização dos processos deu novas ferramentas para os golpistas.
WhatsApp é o meio preferido dos golpistas que usam nomes de advogados e de escritórios para abordar possíveis vítimasReprodução.
“Internet e WhatsApp são muito bons para contato profissional, mas o ideal é que o primeiro contato e na hora do recebimento e pagamento que uma pessoa faça diretamente com o advogado ou com um escritório presencialmente. Com isso, o cliente poderá ter sempre os canais oficiais de comunicação dos escritórios já registrados e só fazer contato por meio deles”, explica Tobera.
Outra orientação é verificar se o profissional que entra em contato em seu próprio nome ou em nome de um escritório possui registro na OAB e se fato é ele, por isso, importante sempre visitar o escritório e tentar chamadas por vídeo.
“Apesar dos novos recursos de internet, nenhum desses golpes são novos. Antes enviavam cartas em nome de escritórios, por exemplo. A grande questão quando falamos da digitalização de processos é a amplitude que esse tipo de golpe ganha. É muito rápido. Se antes uma quadrilha demorava meses para dar 100 golpes, hoje ela consegue em questão de horas. Temos uma base de dados gigantesca e muita facilidade de comunicação. Enviar uma mensagem de WhatsApp é muito simples”, explica Tobera.
A grande defesa contra o Golpe é que as pessoas devem ter contatos pessoais com seus advogados ou nos números particulares. Muitas vezes, as pessoas com dificuldades financeiras e na expectativa de receber o valor imediatamente acaba pagando a taxa golpista na mesma hora, o que é um grande erro. Sempre converse por telefone ou pessoalmente com seu advogado aconselha o conselheiro estadual da oab Dr. Tobera.
Fonte: Assessoria