A direita brasileira mantém interações constantes com seus homólogos nos Estados Unidos e chega a mimetizar parte dos discursos de extremistas, principalmente a supostas fraudes nas eleições presidenciais. O grande estrategista norte-americano de direita foi Steve Bannon. O Brasil acabou sendo envolvido por grupos extremistas de direita externos e ficou mal posicionado no jogo político optando por radicalizar atos antidemocráticos. A coordenação das extremas direitas é muito preocupante, como ocorreu na invasão do Capitólio. Acreditem: vamos nos incomodar na eleição presidencial em 2022.
A abertura de CPI para investigar a crise do SARS-CoV-2 no Brasil e a constatação dos recordes de mortes é pano de fundo da audiência marcada pelo Parlamento Europeu. A crise atingiu o Brasil de maneira particularmente forte devido às políticas desastrosas do governo, por exemplo, ao negligenciar a compra da vacina: há mais de 360 mil mortos. A negação do saber científico é tática comum adotada por diversos governos autoritários ao longo da história. O Brasil está indo na contramão de outros bons países.
O atual governante induz os brasileiros ao ‘suicídio’ em massa, estimulando-os a aglomerar-se em multidões, sem máscara, desprezando a vacina e, após contrair SARS-CoV-2, sugere tratamento com cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, mesmo sabendo que tal atitude não é recomendada pela OMS. E o pior, é que, hoje, esses remédios são reconhecidos como letais. Tais incongruências passam a impressão de que se vive uma “guerra de extermínio”, e mais: o país perdendo pela falta de controle e de gestão da pandemia.
O Brasil é hoje o epicentro da tragédia mundial, e é visto lá fora como um país de maior risco do planeta. A sociedade brasileira está dividida, desunida e polarizada. Intolerância, ignorância e ódio destroem famílias, amizades e relacionamentos. Os brasileiros estão sendo exterminados: até quando o povo aceitará calado a transformação do Brasil em um gigante cemitério?
O que fazer? Não há ressonância afetiva à dor alheia. Só existe vaidade exagerada de quem se acha acima de tudo e de todos: não toleram contrariedades; são agressivos, mal-educados, tiranos e egoístas; e colocam a própria vontade e a autoridade acima das leis e da Justiça.