Desaceleração da economia, educação e desemprego

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Percebe-se uma queda na atividade econômica mundial, expondo fragilidade da desaceleração dos EUA e da maioria dos países europeus. Não se pode esquecer da desconcertante crise financeira de 2008 que começou no setor financeiro, com empréstimos de alto risco e derivativos do mercado residencial, ocasionando desaceleração mundial que se transformará em recessão globalizada.

O Brasil sente a crise! Quem acompanha os índices de desemprego divulgados pelo IBGE, sabe que há 28 milhões de pessoas sem trabalho e 38 milhões de prestadores de serviços informais. Paulo Guedes, em recente palestra a empresários e banqueiros, declarou que o pacote para incentivos ao emprego “é para bem para a frente”. Após nove meses de governo, vê-se que ainda não existe um plano de ação e, principalmente, ao enfrentamento do desemprego. Há três anos, milhões de brasileiros foram às ruas exigir o impeachment da Dilma Rousseff pelas supostas pedaladas fiscais; agora, calam-se diante da crise nefasta que destrói a economia brasileira. As reformas trabalhista e da previdência, e o congelamento de investimentos na Educação e na Saúde não trarão positividade aos indicadores financeiros ou sociais.

O governo anunciou, recentemente, cortes de bolsas de pós-graduação e pesquisa, e está asfixiando o orçamento das universidades e incentivando caças às bruxas contra o comunismo imaginário nas universidades públicas. Ao invés de criar políticas educacionais para atrair pessoas talentosas ao magistério, o governo está punindo professores porque sabem que o conhecimento desenvolve o pensamento crítico. O papel da educação no desenvolvimento do capital humano é fundamental. Bons professores, além de elevar notas e desempenho de alunos, propiciam impacto sobre o capital econômico na vida adulta e no bem-estar social.

As universidades públicas têm pesquisadores excelentes e é o principal local de produção científica em várias áreas do saber. Bons professores e pesquisadores são fundamentais à formação de profissionais do país. Sabe-se que, sem melhoria na educação, dificilmente o Brasil melhorará seus indicadores ou terá condições para suportar a competição acirrada neste mundo globalizado. Quebrar universidades é destruir o futuro do Brasil. Não se pode crer que destruir o saber de alto nível e o pensamento crítico das instituições públicas melhorará o país. As universidades não podem ser tuteladas pelo governo porque servem para formar profissionais e produzir conhecimento à sociedade. O recente corte das bolsas de pesquisa pelo governo é ruim porque quanto maior a educação maior o retorno de mercado via produtividade, crescimento e desenvolvimento.

Com dólar e euro nas alturas, falta de investimentos públicos e privados, queda do PIB a cada mês, indústrias fechando, desemprego crescendo, falta de combate a ações criminosas e insatisfação popular, percebe-se que o país está diante de uma crise que estourará em breve. Teme-se que se vive sem rumo e o que se espera é o caos. Só tirar a Dilma não trouxe progresso e pujança prometida: é preciso um plano de ação vigoroso que parece não existir, e não se consegue acreditar que ainda haverá recuperação na economia. A oposição foi banida há três anos e as coisas não melhoraram como prometido, ao contrário, pioraram.