Democracia Brasileira

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Em março último, até então o mês mais desastroso da pandemia, morreram 69 mil brasileiros devido ao covid-19. O Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, prevê 100 mil mortes por Coronavírus no Brasil ao longo do mês de abril. Essas perdas causam um sofrimento passivo e exige atenção, pois é impossível não pensar nos familiares e amigos dos mais de 340 mil mortos no Brasil. Não houve, decentemente, despedidas, velórios e enterros.
Nesta crise, a fome está batendo cada vez mais forte, atravessando problemas sociais gravíssimos. Segundo dados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, o Brasil tem 14,272 milhões de pessoas desempregadas no país. A população economicamente ativa são apenas 86,025 milhões. Segundo estimativa do IBGE, totalizam-se 211,8 milhões de habitantes em 2021.
Então, se 86,025 milhões de brasileiros trabalham; 14,272 milhões procuram emprego; 5,902 milhões deixaram de procurar (os desalentados); e 32,380 milhões fazem parte da mão de obra desperdiçada, conhecidos como subutilizados, demonstra que a mão de obra ativa no país é baixíssima – a renda média do país é R$ 2.521,00 por trabalhador.
Com o agravamento da pandemia e aumento nas restrições de circulação, a expectativa é de piora nos indicadores do mercado de trabalho para os próximos meses. A economia não gera ocupação suficiente, ainda que informal e precária para absorver o aumento natural na força de trabalho, pois há um contingente reprimido que deve voltar ao mercado e pressionar ainda mais a taxa de desemprego.
Para piorar, a dívida pública bruta vai a 90% do PIB pela primeira vez. Esse indicador é o principal item para verificar a solvência do setor público. É preocupante o alto grau de endividamento público no Brasil. Essa alta histórica foi puxada por fatores ligados à pandemia, como gastos extraordinários e menor arrecadação decorrente da recessão. O IFI, instituto ligado ao Senado, estima que se atingirá 100% (dívida pública em relação ao PIB) em 2023; e 135,2% em 2030, um absurdo desastroso.
Mortandade, fome, injustiça social, inflação, desemprego, queda na produção industrial, descontrole fiscal, dólar alto, sistema de saúde colapsado e falta de solidariedade demonstram que o governo perdeu o controle da economia, se é que algum dia teve. Chegou o momento àqueles que por enquanto estão no poder se afastarem de delírios ideológicos e ameaças golpistas, e começarem a trabalhar pelo bem-estar do povo brasileiro.
Por fim, teça-se justa homenagem a Gal. Fernando Azevedo e Silva, ex-ministro da Defesa; Gal. Edson Pujol, ex-comandante do Exército; Almirante llques Barbosa Júnior, ex-comandante da Marinha; e Tenente Brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez, ex-comandante da Aeronáutica, pelo patriotismo ao preferirem demissão a resolverem que não dariam qualquer passo para violar a Constituição, esclarecendo que jamais aprovariam o uso das Forças Armadas às ingerências do Legislativo, Judiciário ou qualquer outra ação contra a Pátria Amada.
O Gal. Fernando Azevedo e Silva, em discurso de despedida, disse, entre outras coisas: “Preservei as Forças Armadas como instituição de Estado”. As Forças Armadas servem para proteger o Brasil, como diz o general, instituição do Estado Brasileiro e não de um presidente temporário. A democracia brasileira será duradoura e deve-se obedecer à Constituição, pois quem é contra ela é traidor do país.