A inflação brasileira voltou a acelerar em junho, atingindo 12,04% nos últimos 12 meses. Em 2021, a inflação foi 10,06% quando a meta era 3,75%. A taxa de juro, SELIC, que a pouco era 2%, está em 13,25%. Por que inflação e taxa de juro estão altas? Porque o governo atua politicamente incorreto e, desde o início, não apresentou planejamento e projetos, e está completamente perdido com as políticas econômicas e sociais. E as eleições de outubro?
Se o atual mandatário perder as eleições, acredita-se que a ameaça autoritária não se afastará, porque o Centrão quer a abolição da democracia. Vive-se grande retrocesso democrático, ainda mais que a Procuradoria-Geral da República está nas mãos de um procurador submisso, e o próprio dirigente maior usa as Forças Armadas na tentativa de atemorizar o Tribunal Superior Eleitoral. É um déficit imenso de civilidade.
Na semana passada, Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, recebeu um telefonema de Bolsonaro alertando-o que ele poderia receber uma visita da Polícia Federal, pois o presidente calculava danos políticos que uma batida no apartamento do ex-ministro teria sobre seu governo e sua imagem de anticorrupção. Ribeiro atribuiu a Bolsonaro um pedido especial para privilegiar os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e suas barras de ouro. Bolsonaro está preocupado com a investigação da PF.
Lembre-se que a Wal do Açaí era funcionária-fantasma do deputado Jair Bolsonaro; depois vieram as rachadinhas dos filhos Flávio e Carlos e os cheques na conta de Michelle Bolsonaro depositados por Fabrício Queiróz. Em outubro de 2019, a PF indiciou o ministro do Turismo por desvio de recursos de candidaturas femininas laranja; em abril de 2021, o então ministro Ricardo Sales foi acusado de defender interesse privado de madeireiros; em maio, Bolsonaro permitiu ao Centrão a criação de um orçamento secreto.
Em junho de 2021, a CPI denunciou o ex-diretor do Ministério da Saúde por ter pedido US$ 1 por dose na compra de vacinas AstraZeneca; em março de 2022, pastores evangélicos exigiam propinas para liberarem recursos da Educação destinados às prefeituras; em abril, houve licitação através do FNDE que compraram ônibus escolares por R$ 480 mil por um veículo que valia R$ 270 mil; em maio, ocorreu a compra de caminhões de lixo superfaturados às pequenas prefeituras.
Quem acredita que tais fatos não são comprometedores, após três anos e meio em transe, ainda crê na suposta inocência de Bolsonaro. Daqui a alguns meses, as eleições mudarão o mundo político, daí, espera-se que as pessoas parem de agir como manada e voltem a ser cidadãos comprometidos com o crescimento e desenvolvimento do Brasil: é isso que se espera de todos os brasileiros!