O Pantanal queimou, até agora, uma área de quase 20 mil quilômetros quadrados. É comovente ver imagens horríveis de animais torrados, asfixiados, feridos ou fugindo do fogo, buscando por água nas rodovias e ruas das cidades, à beira do inferno. Vive-se um desastre ambiental, uma calamidade irreversível que poderia ser evitada. O tamanho do Pantanal é de 150 mil km², maior que quatro estados juntos — Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e Alagoas
O pior é que a população brasileira, que ama o seu país, está em silêncio, tolerando e pactuando com a morte e a destruição. Bolsonaro afirma que as queimadas estão sob controle e que o governo já controlou o fogo. Mourão crê que as imagens dos incêndios são fake news, e declara que tem gente dentro dos órgãos controladores que traem o governo e inventam mentiras.
Há quem afirma o absurdo de o fogo ser “invenção de comunistas, e que o Ibama ateia fogo no Pantanal e na Floresta Amazônica”. É impressionante que haja tantas pessoas ignorantes no Brasil, deixando-se iludir por palavras inconsistente deste governo. A imprensa divulga claramente que, quem ateia fogo são pecuaristas, agricultores, banda predatória de agronegócio, garimpeiro, grileiros e madeireiros ilegais.
As queimadas estão destruindo a valiosa biodiversidade brasileira, fortalecendo a crise climática, asfixiando a população pela fumaça e desestabilizando as chuvas que alimentam a agricultura. Entre outros malefícios, queimadas causam empobrecimento do solo e desequilíbrio no ecossistema. Devido ao desmatamento e à falta de direitos indígenas, a União Europeia cogita separar parte comercial do acordo comercial Europa – Mercosul.
O Brasil aproxima-se de 140 mil mortos pelo Covid-19, e a indiferença do governo é impressionante e crescente. Fica-se pasmo em saber que nunca se montou uma força tarefa de cientistas e gestores federais a fim de conter o espalhamento da morte pelo coronavírus. Ao contrário, humilhou os mais esclarecidos, a razão e a humanidade. Para piorar, escolheu um general especialista em logística para comandar o Ministério da Saúde.
O exemplo que um país deve dar ao mundo é a força da sociedade inteira, cooperando diante da grave crise como queimadas, pandemia e crise econômica enquanto o governo se exime de responsabilidades às queimadas e à epidemia. Com muito sucesso, convence grande parte da população de que foi eleito para outras tarefas como fazer propaganda moralista, se submeter ao partido de Trump, eliminar ONGs.
Enquanto isso, os europeus buscam cadeias de suprimento não vinculados aos desflorestamentos, e a atual tendência crescente no Brasil está tornando cada vez mais difícil às empresas e aos investidores atenderem a seus critérios ambientais e sociais.
