A três meses da eleição, o governo conseguiu aprovar no Senado uma PEC do desespero, inconstitucional e nociva ao equilíbrio fiscal. Sabe-se que os fins são somente eleitoreiros, que é fato grave. Na ocasião da aprovação, foi citado o estado de emergência e isso a menos de três meses do pleito eleitoral. Pobreza aumenta diariamente (62,9 milhões de brasileiros); inflação e taxa de juro já eram prejudiciais à Nação há dois anos.
A PEC tem muito pouco a ver com os realmente pobres, pois cria auxílios para taxistas, caminheiros e motoristas de aplicativos. Existe violação das regras eleitorais e fiscais e haverá muito ressentimento em 2023, porque os pobres continuaram pobres.
É lógico que se apoia auxílio aos necessitados, mas da forma de como foi realizado haverá excessos, e respingarão nos custos públicos em 2023, haja vista que os benefícios cessarão em dezembro de 2022. Por exemplo, custos de subsídios aos combustíveis será de 85 bilhões de reais. A economia brasileira não está em emergência hoje, está desde 2019 e só agora toma-se uma atitude com interesses eleitoreiros.
Chega-se ao absurdo, às vésperas das eleições, de mudar Legislação Eleitoral, Lei da Responsabilidade Fiscal, Constituição, e teto de gastos. E ainda mais, tirando dinheiro da Educação (20 bilhões do Fundeb), de Estados e Municípios, assumindo que sua atual política prejudicou a vida da população brasileira.
O Brasil não é capaz de manter crescimento econômico para atrair investimentos e promover desenvolvimento. O país não consegue crescer acima de 1,5% ao ano sem ocasionar inflação e outros desiquilíbrios. Houve um salto para trás no campo social e econômico: é preciso romper esse ciclo vicioso.
O preço da cesta básica está maior que o salário-mínimo por causa, entre outros, do aumento do combustível. Questionam-se se o vale-caminhoneiro e o vale-gás solucionarão de fato tal insatisfação. A bomba fiscal em nome da reeleição costurado às pressas enterra contas públicas a partir de 2023. Permitir em época de campanha tamanho instrumento de abuso de poder econômico é descalabro.
Estragos proporcionados por estado de emergência em ano eleitoral e ataque à democracia são nefastos ao Brasil. Pessoas conscientes com saúde da democracia sabem que a PEC da bondade é mais uma tentativa de resolver o estado de emergência da campanha de Bolsonaro. A bomba fiscal estourará nos próximos anos!