A síndrome de Down ou Trissomia do Cromossomo 21 é uma das síndromes mais conhecidas em todo o mundo. Esta se constitui em uma síndrome genética que tem como características ancestrais o retardo mental e a diminuição do tônus muscular, interferindo diretamente no aspecto sensório motor .
O fenótipo da síndrome de Down se caracteriza principalmente por: pregas palpebrais oblíquas para cima, epicanto, sinófris, base nasal plana, face aplanada, protusão lingual, palato ogival, orelhas de implantação baixa, pavilhão auricular pequeno, cabelo fino, clinodactilia do 5º dedo da mão, braquidactilia, afastamento entre o 1º e o 2º dedos do pé, pé plano, prega simiesca, hipotonia, frouxidão ligamentar, excesso de tecido adiposo no dorso do pescoço, retrognatia, diástase dos músculos dos retos abdominais e hérnia umbilical. Associado a essas características, a criança com síndrome de Down pode apresentar condições clínicas mais severas, como por exemplo, cardiopatias congênitas, alterações oftalmológicas, auditivas, do sistema digestório, endocrinológica, do aparelho locomotor, neurológicas, hematológicas e ortodônticas, dentre outras.
Após o diagnóstico, é imprescindível uma abordagem que vise informar à família que a síndrome é uma situação irreversível, mas que existem tratamentos que podem oferecer uma boa qualidade de vida à criança, como intervenção cirúrgica, fonoaudiologia, fisioterapia, dentre outras. Exige-se assim, uma equipe multidisciplinar composta por médicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, psicólogos, professores de educação física, fonoaudiólogos, dentre outros profissionais.
É importante compreender que o acompanhamento de crianças com síndrome de Down não pode ficar restrito a medicamentos, exames e cirurgias, pois há inúmeros tratamentos que não se enquadram em uma lógica biomédica, mas que também promovem uma melhora no desenvolvimento integral e contínuo dessas crianças.
Dentre os tratamentos possíveis para a crianças portadoras dessa síndrome, a Equoterapia, aparece como uma alternativa de tratamento que se destaca, já que procura trabalhar várias formas de desenvolvimento da criança com síndrome de Down. Ela trabalha com a criança com uma abordagem pedagógica lúdica, juntamente com o cavalo em um ambiente natural. Foi criada e reconhecida no Brasil pela Associação Nacional de equoterapia – ANDE/Brasil em 1989.
Na equoterapia, a marcha e o tipo de passo do cavalo visam transmitir à criança com síndrome de Down uma série de movimentos sequenciados, simultaneamente coordenados, resultando em um movimento tridimensional, determinando um ajuste tônico da musculatura para manutenção da postura e do equilíbrio. Essas características de marcha e tipo de passo do cavalo visam melhorar o equilíbrio, a postura, a coordenação motora geral e fina, a adequação do tônus muscular, a dissociação de movimentos, a consciência corporal, a respiração, a circulação, a integração dos sentidos e os ganhos obtidos nas atividades da vida diária.
A criança com Síndrome de Down passa pelas fases da evolução motora, porém essa evolução ocorre de forma mais lenta, pois, desde os primeiros dias de vida a criança apresenta hipotonia global.
Para vencer todas as dificuldades impostas pela hipotonia (Tônus muscular enfraquecido), é preciso que se trabalhe com elas, propiciando à criança liberdade de movimentos e estímulos, com isso, auxiliará muito o fortalecimento da musculatura e consequentemente avanços no desenvolvimento motor como um todo.