Palmas tem religiosidade no ar. Os palmenses são muito religiosos, predominantemente católicos e, consequentemente, respeitam os dogmas da Igreja Católica. E o que se viu em 12 de Outubro, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, São Paulo? Bolsonaristas causaram tumulto ao acompanharem a passagem do seu candidato à reeleição. Essas pessoas, desrespeitosamente, agrediram jornalistas e vaiaram o Pe. Camilo Júnior que celebrava a missa em favor ao Dia de Nossa Senhora Aparecida.
Bolsonaro não mostrou constrangimento em nenhum momento com a barulheira de seus seguidores no Santuário, a Casa de Deus. Ao contrário, capturou o evento para sua multidão em desordem potencialmente violenta. Em busca de votos, levou a barulheira da campanha eleitoral à Aparecida. Seus apoiadores converteram uma das principais datas da fé católica em um ato de desrespeito religioso e de desprezo pela fé. A igreja, tomada por apoiadores, registrou momentos de comício político, cujos bolsonaristas glorificavam o político até diante do altar.
A comitiva de Bolsonaro causou alvoroço de fiéis, momentos antes do início da missa das 14h. O padre pediu silêncio, mas apoiadores puxaram coro de “mito”. Pela manhã, durante a homilia na principal missa celebrada no Santuário de Aparecida, Dom Orlando Brandes, arcebispo da Arquidiocese, disse que é preciso combater o “dragão” do ódio, da mentira, do desemprego, da fome e da incredulidade.
Na parte externa do santuário, bolsonaristas agrediram a equipe da TV Aparecida, que cobria as festividades do Dia da Padroeira do Brasil. As imagens do santuário tomado por bolsonaristas mostraram que muitos estavam com canecas de cerveja — em nada lembravam a solenidade de um dia santo. Pe. Camilo resumiu o absurdo do dia: “Hoje não é dia de pedir voto; é dia de pedir bênção”: hoje é dia de Nossa Senhora Aparecida. A ela todos os aplausos e aclamações; não a políticos.
A confusão estendeu-se para dentro do Santuário. Pe. Eduardo Ribeiro, que celebrava a missa das 14h, fora interrompido por bolsonaristas que vaiavam o padre com palavras de ordem e puxaram o coro enaltecendo Bolsonaro. Pe. Ribeiro pediu silêncio e rogou aos fiéis que preparassem o coração: “Viemos aqui para rezar”. Leu-se nos jornais posteriormente, através de uma fonte da campanha do Bolsonaro, que a atuação de Bolsonaro no santuário foi “positiva”, e soltaram a frase: “Bolsonaro invadiu a praia da igreja petista”. O risco eleitoral de profanar o local sagrado é mais que evidente; é vergonhoso, desrespeitoso.
É assustador saber, através das redes sociais, que dezenas de ex-alunos, e conhecidos, outrora pessoas de religiosidade destacada, espalham apoio a uma pessoa que não respeita Cristo, a Igreja Católica e, como um verdadeiro miliciano da baixada carioca, invade e tumultua a casa de Deus! Tão assustador são irmãos apoiando o candidato que comprou 107 imóveis, colaborou com milhares de mortes por não tomar atitudes para combater o Covid-19 em tempo hábil, que fecha os olhos para as queimadas na Amazônia, que corrompe pessoas; é homofóbico, preconceituoso, tem ódio por tudo que não sejam seus seguidores. Se nada disso abala, pelo menos respeite aos preceitos da Santa Igreja Católica!