alta do preço do milho fez com que pecuaristas da região entre Maringá e Colorado, no noroeste do Paraná, reduzissem a suplementação nutricional do gado neste primeiro semestre. A constatação é de criadores e técnicos que atuam na região entrevistados durante a passagem da Equipe 2 do Rally da Pecuária.
“Aqui na região praticamente todos os pecuaristas já fazem alguma suplementação nutricional a base de grãos (milho ou farelo de soja), como um semi-confinamento, mas esse ano alguns reduziram isso”, disse o veterinário Pedro Martins que presta assistência técnica à pecuaristas na região. Um produtor que usava o equivalente a 2% do peso animal, durante o período de terminação, com ração, passou a usar 1,7%, por exemplo. Com isso, o boi leva mais tempo no cocho para ser terminado com o peso ideal para o abate, o que reduz a rentabilidade da atividade. “O problema é que a conta entre o custo e a receita não fecha, por isso, diminuíram”, ressaltou. Do lado da venda, Martins afirma que o preço da arroba também recuou. Ele observou que em janeiro era possível vender um boi a R$ 150/arroba e que nesta semana o preço está em R$ 140/arroba.
O pecuarista e empresário Eder Zanchetta, que faz o ciclo completo do rebanho bovino na região, diz que preço da saca de 60 quilos de milho praticamente dobrou em um período de um ano até o mês passado quando ele fez sua última compra. No começo de maio, Zanchetta pagou R$ 43/saca, ante R$ 23/saca em maio do ano passado. O preço do farelo de soja passou de R$ 1.150/tonelada para cerca de R$1.500/tonelada no mesmo período, diz. O motivo dessa alta foi a estiagem que reduziu a oferta.
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Em contrapartida, Zanchetta garantiu que não sentiu os efeitos da greve dos caminhoneiros. Ele tem transporte próprio para carregar seu gado até o abatedouro municipal e, por isso, não depende de frete. Para a ração, ele afirmou que estava estocado durante o período, por isso, não sentiu falta do suplemento
Fonte: Revista globo rural