Em 15 de outubro, o FMI anunciou que o mundo está passando por uma desaceleração sincronizada e que, 19 trilhões de dólares de dívidas bancárias poderão ficar impagáveis nos próximos dois ou três anos, se houver piora das condições econômicas: isso é um alerta para uma crise financeira. A economia mundial segue em desaceleração e caminha para ter o pior desempenho anual desde a crise financeira de 2008. Aqui no Brasil, 52,7% da metade mais pobre da população, uma massa de 104 milhões de pessoas, viveu com apenas R$ 413 mensais em 2018. Vivendo na pobreza extrema, com gastos de R$ 4 por dia, encontram-se 13,6% dos brasileiros.
Numa publicação recente na Revista Científica ‘The Lancet Global Health’, há uma pesquisa realizada no Brasil onde foram verificadas as taxas de mortalidade de 5.565 municípios brasileiros no período de 2012 a 2017. Um aumento de um ponto percentual na taxa de desemprego foi associado a um crescimento da taxa de mortalidade de 0,5% por cem mil habitantes, por causa de doenças cardiovasculares. No período, a taxa de desemprego subiu de 8,4% para 13,7%. Já a da mortalidade cresceu de 8% e a pesquisa aponta que 4,3% estaria associada à crise econômica. Então, verifica-se que a recessão econômica brasileira está associada a um aumento na taxa de mortalidade significando que, em razão da crise, o Brasil registrou 31.420 mortes a mais naquele período. Isso é real.
E quais são as causas da pobreza? Má dotação dos recursos públicos? Fruto de escolhas individuais de pessoas que decidiram não progredir? Falta de educação? Em outubro, a imprensa divulgou que três economistas foram agraciados com o Prêmio Nobel de Economia por sua ‘abordagem experimental’ para acabar com a pobreza no mundo e concluíram que é preciso investir em políticas públicas voltadas aos pobres. Ao saberem do prêmio, disseram que temos que fazer um trabalho muito mais profundo para entender as vidas dos menos afortunados em nossas sociedades, diante de todos os transtornos que eles enfrentam.
As pessoas em condições de pobreza sofrem com o desemprego, fome, abandono, desesperança, tristeza e desprezo. Percebe-se que, desde 2015, têm aumentado o número de pessoas neste estado. Nas grandes cidades, milhares de pessoas estão dormindo e perambulando pelas ruas como zumbis. E preocupantemente, desde Temer, não se olha para os pobres, os desassistidos, os miseráveis. Então, para os extremistas da direita, é mais fácil berrar “mito” do que tomar atitudes, pensar, ter sua própria filosofia de vida e entender que vivemos em coletividade e não podemos abandonar ou humilhar nossos semelhantes. Pessoas de baixa renda ou de inteligência limitada, estão prontas para a hipnose de líderes totalitários. Pessoas com leve esquizofrenia, sociopatas, psicopatas, pessoas com dificuldades de aprendizagem, de entendimento das coisas, são os que compartilham a ideia de estarem do lado do “Mito” acreditando que ele vai resolver tudo. Aqui, na América do Sul, a política liberal está destruindo o Brasil, Argentina, Chile e Equador.