Uma Vereadora à Câmara Municipal de Passos Maia, numa fala simples, assim se dirigiu às mães, através dos microfones, tanto da Câmara, como da Rádio 100.7 – Rádio Bebedouro FM.
Vale apena reescrever para o jornal, pela simplicidade dos termos e escrita, pela pureza de pensamento, pela forma encontrada para dizer quem é a mãe e pela assertiva na lembrança do escritor e poeta que menciona.
Vamos ao texto:
“Meus cumprimentos ao Presidente da Câmara Municipal de Vereadores, aos senhores Vereadores e a todos os que nos acompanham via Rádio nesta 4ª. Feira
Diante da data que comemoramos no dia 10 de maio a nossa fala de hoje não poderia ser diferente.
Renderemos nossa homenagem às mães.
Primeiramente, a minha mãe,
Dona Elena como todos a chamavam, que nunca deixou de existir entre os seus 10 filhos, mesmo que não a tenhamos mais fisicamente entre nós ao longo dos tantos anos que Deus a levou para junto de si.
Não há um encontro da nossa família que ela não seja lembrada.
Mesmo com 10 filhos, nascidos muito próximos um do outro,
além das responsabilidades da casa e das roupas da família,
lavava roupas “pra fora” ajoelhada num tanquinho, à beira do rio,
o que hoje acho que muito poucas mães ainda conseguem fazer, dada a complexidade da vida moderna.
São tantas as histórias e os bons momentos passados ao seu lado, que ficaríamos horas e horas falando sobre essa pessoa tão humilde e ao mesmo tempo tão maravilhosa. Minha mãe.
E tenho certeza de que, todos os filhos têm o maior orgulho de sua mãe, mesmo que às vezes elas os contrariem, chamem atenção, deem umas broncas e os corrijam naquilo que precisam melhorar.
Elas geralmente estão certas.
É uma pena que a gente somente se dê conta disso um pouco tarde.
Carlos Drumond de Andrade, numa das suas tantas e belas poesias, nos diz:
“Por que Deus permite que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite, é tempo sem hora,
luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba,
veludo escondido na pele enrugada,
água pura, ar puro, puro pensamento.
Morrer acontece com o que é breve
e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo –
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino feito grão de milho.”
Assim encerro a minha fala de hoje, com um fraterno abraço a todas as mães.”
Passos Maia, 08 de maio de 2020.
Fonte: Antonio Abilio Mantovani