A última manifestação

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O Brasil enfrenta terríveis desigualdades sociais e sérios problemas econômicos, por isso a necessidade de uma sociedade civil robusta e ativa. Depois que Bolsonaro se reuniu com embaixadores, onde alardeou seu golpismo para o mundo, parece ter marcado o ponto da virada que só serviu para acelerar grande movimentação contrária, unindo empresários, organizações e entidades, formando grande frente ampla.

A democracia está em xeque, mas a sociedade brasileira acordou após reiterados ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral. A sociedade está espantada e até perdida, e por isso mesmo não se pode permitir o enfraquecimento de instituições democráticas brasileiras e intimidar aqueles que se opõem à baderna. O Brasil está exausto em razão ao clima de confronto e à escalada autoritária que provocam turbulência em ambientes de negócios e afugentam investidores.

Para lembrar: o brutal desmanche na Educação, Ciência, Cultura e Saúde abriu os olhos dos incautos à necessidade de agir e de dar um basta! É lógico que a desmoralização do Brasil perante embaixadores estrangeiros empurrou a sociedade civil à ação. Bolsonaro foi longe demais na sua política destrutiva e de ameaças à democracia. Todos estão perplexos com a apatia de lideranças sociais e políticas.

Entretanto, Bolsonaro volta a convocar seus seguidores às manifestações de 7 de Setembro, utilizando-se da lógica da intimidação. Não se pode descuidar com a ideia de violência porque se tornou objeto de desejo político da extrema direita que investe em valor simbólico da força capaz de “libertar o mundo” e a vida do peso de problemas complexos. Violência é essencial à sobrevivência do fascismo.

Manifestações que certamente ocorrerão em 7 de Setembro indicarão tamanho do fascismo e do sentimento antidemocrático no Brasil. A consciência cívica brasileira é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. A democracia é Estado de Direito, liberdade de pensamento; a estabilidade institucional é importante para que o nosso país cresça e se desenvolva.

Pérsio Arida, economista e ex-presidente do BNDES, diz que a inflação é sempre responsabilidade do governo, não sendo um fenômeno de mercado, pois surge por alguns ajustes de política pública no âmbito do governo. Vive-se inflação de 11,8% e taxa de juros SELIC 13,75%, prejudicando, sobremaneira, a economia brasileira. Este governo é responsável pela pobreza do Brasil.

Todos devem alcançar o melhor nível possível de bem-estar e evitar estruturas que perpetuam desigualdade e subdesenvolvimento no Brasil, ao invés de marchar em 7 de Setembro, em plena comemoração de 200 anos da libertação de Portugal, para golpear a democracia. Bolsonaro não terá apoio para dar golpe porque não há condições internas nem internacionais para isso. Não haverá golpe, falsos líderes serão punidos, e deve-se defender a democracia através de atos e eventos: isto é um sistema político de respeito mútuo!