A inflação não é temporária

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No início, economistas governamentais e outros, bolsonaristas, passavam falsa notícia tranquilizadora afirmando que a inflação seria pequena e transitória. Sabe-se que essa conversa era mentirosa, oriunda de pessoas despreparadas e mal intencionadas. A inflação não está desacelerando e continuará crescendo até 2023. Nos últimos 12 meses, até outubro, registraram-se 10,7%. O processo inflacionário dessa magnitude só pode ser diminuído aplicando política monetária restritiva e reduzindo demanda agregada.
O problema é que o atual processo inflacionário não se trata de movimento temporário e sim de surto parecido com o da década de 1980. Recentemente, o Fundo Monetário Internacional – FMI afirmou que as taxas de juro estariam ancoradas e que a inflação estaria controlada, mas pede atenção dos bancos centrais. O Banco Central Europeu e o FED decidiram, aos próximos 12 meses, injetar US$ 235 bilhões na economia mensalmente. A inflação também atinge muitos países centrais.
O aumento de preços está pesando no bolso dos brasileiros: combustível, gás de cozinha, energia, carne e alimentos em geral. Está tudo tão caro por conta da combinação inédita de fatores políticos, econômicos e climáticos. Na realidade, vive-se crise sobre crise desde o impeachment da Dilma Rousseff. A pandemia está ‘controlada’, todavia, continuam a desvalorização do real, escassez de produtos no mercado interno, graves instabilidades políticas, alta no preço das commodities, crise hídrica e desdém ecológico.
Em 2020, o real foi a moeda que mais perdeu valor em relação ao dólar: 28%. Um dos grandes motivos para isso foi a saída de capital estrangeiro do país que se tornou um mercado pouco seguro na visão de investidores devido à crise política. Entre as moedas dos países do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, o real foi a que mais desvalorizou em 2021.
A atual inflação não é temporária; é persistente e contínua. A taxa de juro continuará aumentando assim como a desvalorização do real em relação ao dólar e ao euro. Desemprego, pobreza e fome persistirão fortemente, assim como a crise política cujo ápice será em 2022, ano eleitoral. Enquanto o atual (des)governo continuar, o país viverá nesse caos crescente, fato que é opinião de qualquer pessoa minimamente esclarecida.
Em 2022, deve-se votar em um candidato experiente que saiba colocar a economia nos eixos, criar um sistema com mínimo desemprego, diminuir a pobreza, exterminar a fome e pactuar com o mercado para que os preços sejam mais justos. O Brasil precisa de educação, saúde, segurança, empregos, crescimento, desenvolvimento, esperança, metas, planejamento e ações para (re)colocar o país à condição da 6ª maior economia mundial, como em 2011 (hoje, está em 13ª). Não votar errado outra vez, pois não há mais espaço para cair: vive-se no fundo de uma terrível crise, e todos almejam retornar aos bons tempos!