Em uma rua movimentada havia uma macieira. Devagar, dia após dia, ela foi crescendo, em altura e volume. Todos que passavam por ali a ignoravam – tanto os que gostavam de macieiras quanto os que não ligavam para elas. Durante anos, permaneceu pouco percebida. O tempo passou, e aquela macieira se tornou altiva e frutífera. Seus galhos carregados começaram a chamar atenção. Agora, todos a viam. E com a atenção, vieram também as reações: alguns se aproximaram para colher seus frutos, outros para lançar pedras.
Assim acontece com quem decide se posicionar. Quanto maior o impacto, maior a visibilidade – e com ela, as críticas. O caso recente do Frei Gilson, que reuniu mais de um milhão de pessoas para rezar o terço às 4h da manhã, ilustra bem essa dinâmica. O que para muitos, inclusive para mim, foi um movimento impressionante de fé e engajamento, para outros virou alvo de questionamentos e julgamentos.
Mas aqui está a verdade incômoda: as vozes mais fortes sempre ecoam longe o suficiente para incomodar alguém.
Influenciar pessoas exige mais do que talento ou carisma – exige maturidade para lidar com os impactos da própria voz. Quem se destaca precisa entender que será observado, seguido e, inevitavelmente, confrontado.
A questão não é evitar críticas, mas sim ter clareza e convicção para sustentar sua mensagem.
No digital, onde a opinião virou moeda barata, é fácil criticar sem construir nada. Mas só deveria ter voz ativa quem tem algo concreto para dizer. Opinião sem base é só ruído. Já quem realmente influencia precisa carregar consigo não apenas ideias, mas também responsabilidade. Pois as palavras impactam vidas, moldam percepções e direcionam escolhas. Isso exige uma personalidade firme, disposta a sustentar o que acredita, sem se dobrar a cada vento contrário.
Se você deseja influenciar, prepare-se. As críticas virão – algumas justas, outras vazias. Mas lembre-se: nenhuma árvore dá menos frutos porque foi apedrejada. Pelo contrário, segue crescendo, pois sabe que sua força está na raiz, não no barulho ao redor.